Polêmica

O Banco Central sabota a economia nacional

Articulista culpa o governo, e não a instituição comandada por banqueiros, pelos juros altos

O colunista Carlos Alberto Sardenberg, em seu texto Banco Central não é o culpado pelos juros altos, publicado no jornal O Globo, recusa-se a nomear o verdadeiro sabotador da economia nacional, imputando a culpa ao “descontrole das contas públicas”.

A tese de Sardenberg é a cartilha neoliberal de sempre: o problema é o gasto social do governo (o déficit), e o Banco Central (BC) apenas “reage” com juros altos. O fato, na verdade, é que o Banco Central é o culpado pelos juros altos, e sua “independência” é um ato de sabotagem política a serviço do imperialismo.

Sardenberg afirma que:

“Um governo muito endividado tem de pagar juros cada vez mais altos para tomar empréstimos. Essa é causa primária dos juros altos. Não é culpa Banco Central.”

Mentira. O que Sardenberg chama de “causa primária” é, na verdade, um efeito dramático da política do próprio BC.

O principal motor do crescimento da dívida pública brasileira é o fato de o BC manter a taxa Selic em patamares estratosféricos, transformando o Orçamento em uma máquina de transferência de renda da nação para os banaueiros. O BC não é a vítima que reage ao déficit; é o agente que cria a dívida pública ao encarecer exponencialmente o custo do serviço dela.

Além disso, a política do BC sabota a economia de forma mais ampla: juros altos paralisam o investimento, freiam a produção e, consequentemente, reduzem a arrecadação de impostos. É o próprio BC que, ao frear o crescimento, gera o déficit que Sardenberg hipocritamente critica.

O cerne da polêmica não é apenas técnico, mas político. O Banco Central, com sua independência legal, é uma estrutura não eleita que atua no sentido oposto ao do governo que foi escolhido nas urnas pela população.

Por dois anos, o ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto (indicado por Bolsonaro), sabotou a política do governo Lula. O BC, agindo como um enclave político do imperialismo financeiro dentro do Estado, usou a taxa de juros para estrangular o crédito e minar a capacidade de investimento e crescimento do governo eleito.

O novo presidente, Gabriel Galípolo, é a prova da derrota: sua indicação é uma capitulação de Lula, que, depois de ver seu governo bastante enfraquecido, colocou na presidência um neoliberal. Isso demonstra também que o Banco Central é um negócio de Estado sobre o qual o governo eleito não tem controle, operando como um xerife do capital financeiro.

A independência do BC não é técnica, é uma servidão política que garante o privilégio de uma minoria à custa da maioria trabalhadora.

Ao eximir o BC de culpa, Sardenberg defende que a austeridade fiscal e o corte de gastos sociais são a única “reforma” necessária para o país. Ele ignora o crime político que está em curso: o poder de decisão sobre o crescimento nacional não está na mão do povo, mas na mão de uma burocracia não eleita, com mandato para sabotar qualquer projeto que não seja o do capital imperialista.

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