Nota oficial

PCO: chacina no Rio de Janeiro é fascismo e volta da ditadura

Em nota, Partido da Causa Operária denunciou a chacina na capital fluminense e exigiu a saída de Cláudio Castro do governo

Nesta terça-feira (4), o Partido da Causa Operária (PCO) publicou, em seu sítio oficial, uma nota denunciando a chacina que resultou no assassinato de mais de 130 pessoas nos Morros do Alemão e da Penha na semana passada. O Partido classificou o episódio como “a maior chacina da história do País desde o fim da Ditadura Militar” e denunciou que o governo de Cláudio Castro (PL) promoveu “uma política de guerra contra o povo”.

O que realmente aconteceu no Rio de Janeiro

A organização afirma que “a versão de que mataram criminosos perigosos é uma completa mentira” e cita que “muitos se renderam e foram executados”. Segundo a própria Secretaria de Segurança, o massacre foi premeditado: as forças policiais teriam empurrado os moradores para o que chamaram de “Paredão do BOPE”, onde as pessoas foram fuziladas.

O governador Cláudio Castro chamou o ataque de “sucesso”. Outros governadores, como Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema (MG) e Ronaldo Caiado (GO), defenderam publicamente a ação policial. Para o PCO, trata-se de “um macabro banho de sangue” que evidencia a consolidação de uma política de extermínio. “É a ditadura impiedosa e cruel contra os mais pobres e oprimidos”, afirma o texto.

‘Guerra do Estado contra o povo’

O PCO denuncia que a justificativa de “combate ao tráfico” é uma farsa usada para encobrir uma política de repressão e reorganização do controle do mercado ilegal em favor das milícias compostas por policiais e ex-policiais. “Na realidade, é uma guerra do Estado contra o povo — e uma guerra que envolve facções do próprio aparato criminoso dentro do Estado”, aponta o documento.

O Partido também denuncia a ligação direta entre o governo fluminense e os Estados Unidos. O Rio de Janeiro teria enviado relatórios a Washington pedindo que o Comando Vermelho fosse classificado como “organização terrorista”, em busca de apoio da política de guerra de Donald Trump. Para o PCO, o episódio confirma que “o Rio de Janeiro virou laboratório da repressão imperialista na América Latina”.

Ditadura policial e impunidade

Segundo o PCO, a operação viola a própria legislação brasileira. “A Lei não permite que a polícia atue como um esquadrão da morte. Execuções policiais são um crime contra toda a população brasileira”, diz o texto. A nota ressalta que nenhuma das pessoas assassinadas constava na denúncia que embasou a operação. Entre as vítimas havia adolescentes, como um jovem de 14 anos, e moradores sem qualquer passagem pela polícia.

O Partido denuncia que o massacre é “a volta da ditadura, agora travestida de política de segurança pública”. A repressão, afirma o PCO, “não se dirige aos ricos e poderosos, mas aos pobres e trabalhadores”. “A polícia não entra nos bairros nobres atirando para todos os lados”, diz o comunicado. “O espetáculo de dezenas de corpos estendidos em praça pública é reservado apenas para os mais pobres”.

Chamado à organização popular

A nota termina com um chamado à mobilização contra o avanço do regime policial:

“A polícia não defende o povo — é o inimigo do povo, um instrumento do Estado dos ricos e poderosos contra os trabalhadores.”

O Partido propõe medidas concretas: o fim da Polícia Militar e de todo o aparato repressivo, a investigação e prisão dos responsáveis pelo massacre e a formação de comitês de autodefesa dos trabalhadores. “Para combater a ditadura policial, é preciso defender o armamento completo e total do povo”, conclui a nota, encerrando com o chamado por “um governo dos trabalhadores”.

Confira, abaixo, a nota na íntegra:

135 mortos no Alemão e na Penha: é fascismo e a volta da ditadura!

O governo do Rio de Janeiro promoveu a maior chacina da história do País desde o fim da Ditadura Militar. Mais de 135 pessoas assassinadas, corpos jogados no meio do mato, mulheres espancadas, idosos humilhados, crianças apavoradas, casas destruídas pelas balas, pessoas decapitadas e a comunidade toda aterrorizada… Atiraram em tudo que se mexia e nem mesmo os cachorros se safaram.

Dentre os mortos, até agora identificados, apenas 15 seriam alvos da operação. A esmagadora maioria dos mortos foi o resultado da extrema violência da operação policial. Quase metade das vítimas sequer tinha passagem pela polícia, e a maioria não tinha histórico de violência. A versão de que mataram criminosos perigosos é uma completa mentira. Os alegados chefes do tráfico não foram sequer presos. Como denunciou um deputado de direita, “mataram os piabinhas”. Dizem que isso é heroísmo!

A própria Secretaria de Segurança revelou, que o massacre foi premeditado, empurraram as pessoas, que fugiam para a mata em busca de refúgio, para aquilo que chamaram de Paredão do BOPE, onde as pessoas foram simplesmente fuziladas. Muitos se renderam e foram executadas.

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, chamou o massacre de “sucesso”. Outros políticos, como Eduardo Paes (PSD), Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema (MG) e Ronaldo Caiado (GO), logo saíram em defesa do macabro banho de sangue.

UMA POLÍTICA DE GUERRA CONTRA O POVO

A operação nos complexos do Alemão e da Penha foi justificada como “combate ao tráfico”. Mas essa “luta contra o crime” é uma farsa: serve para aumentar a repressão sobre a população pobre e — muito provavelmente — para reorganizar o controle do mercado ilegal em favor das milícias notoriamente compostas por policiais e ex-policiais, acusadas muitas vezes de ligações com as autoridades públicas. Na realidade, é uma guerra do Estado contra o povo — e uma guerra que envolve facções do próprio aparato criminoso dentro do Estado.

A QUEM INTERESSA A CARNIFICINA?

O governo do Rio de Janeiro chegou ao ponto de enviar relatórios aos Estados Unidos, tentando classificar o Comando Vermelho como “organização terrorista” para obter apoio da política de guerra de Donald Trump. Essa cooperação com Washington é a confissão: o Rio de Janeiro virou laboratório da repressão imperialista na América Latina. À semelhança disso, o governo dos EUA vem bombardeando navios no Caribe com o pretexto de “combater o tráfico de drogas”. E agora, ameaça bombardear a Venezuela com a mesma desculpa. Querem derrubar o governo e colocar uma ditadura controlada por Washington no lugar. Dizem estar atirando em traficantes, mas, na verdade, estão atirando em trabalhadores. Essa mesma política de “combate ao tráfico” é usada pelos EUA na Colômbia, na Venezuela, no México e em toda a região para controlar a situação política nesses países: militarizar, implantar ditaduras, matar e dominar populações inteiras.

A POLÍCIA E O GOVERNO FORA DA LEI

A Lei brasileira não permite que a polícia atue como um esquadrão da morte. Execuções policiais, seja de quem for, é um crime contra toda população brasileira. Se tolerarmos esta brutal política repressiva em nome do combate ao crime ou do que for, seremos todos vítimas da ditadura policial criminosa e assassina.

A pretexto de combater o crime, o Estado comete o maior crime de todos que é o de jogar na lata do lixo a Lei a qual supostamente foram empregados para defender.

Isto não é combate ao crime, a polícia matou pessoas que eles nem sabiam quem eram. Nenhum dos mortos identificados estava na denúncia que serviu de base à operação, a maioria sequer era citada nos mandados. Uma das vítimas tinha 14 anos.

É a ditadura impiedosa e cruel contra os mais pobres e oprimidos. Os criminosos ricos, e eles são muitos, não vão para a cadeia. A polícia não entra nos bairros nobres atirando para todos os lados. O espetáculo de dezenas de corpos estendidos em praça pública é reservado apenas para os mais pobres.

A polícia não está acima da Lei, o governo não está acima da Lei. A chacina da Penha e do Alemão tem que ser minuciosamente investigada, e os responsáveis punidos de acordo com a lei.

ABAIXO A REPRESSÃO POLICIAL

A polícia não defende o povo — é o inimigo do povo, um instrumento do Estado dos ricos e poderosos contra os trabalhadores. Criada para proteger os ricos, ela é a herdeira direta da ditadura. Enquanto existir a polícia, haverá massacres. Os policiais são completamente alheios às comunidades e favelas que eles invadem. Não se preocupam com inúmeros inocentes que vão morrer, ter suas casas destruídas, seus filhos assassinados, suas vidas arruinadas etc. Para combater isso, é preciso defender o armamento completo e total do povo e que as polícias sejam eleitas nos bairros, compostas por moradores dos próprios bairros, com mandatos revogáveis a qualquer momento. A população tem o direito de controlar aqueles responsáveis pela sua segurança.

Fora Cláudio Castro!

Investigação cabal e punição pelos responsáveis da chacina!

Fim da PM e de todo aparato repressivo!

Milícias de trabalhadores!

Pelo armamento do povo!

Por um governo dos trabalhadores!

135 mortos no Alemão e na Penha: é fascismo e a volta da ditadura!

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