A globalização econômica e financeira neoliberal da década de 1990 segue a cartilha do Consenso de Washington acordada no final dos anos de 1980 como estratégia para garantir a acumulação e reprodução do capital em escala global e intensificada pela exasperação concomitante da dominação financeira através das agências multilaterais do imperialismo como o Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Mundial e demais agências multilaterais ligadas a educação e a cultura como o UNICEF e a UNESCO. As cúpulas de comércio e os encontros anuais articulados pelo imperialismo capitaneados pelos Estados Unidos procuravam garantir a “estabilidade” da dominação econômica e enfatizar as diretrizes dos negócios; que acoplados a cultura e a educação procuravam moldar os interesses empresarias mais distintos. A educação sendo um pilar fundamental na construção ideológica teve lugar estratégico no projeto do neoliberalismo, principalmente com Fernando Henrique Cardoso e na fase mais aguda com Temer e Bolsonaro. Os governos petistas também fizeram seu “dever de casa” ao adotarem ações que coadunaram com os interesses privados na educação, principalmente na gestão do Ministério da Educação no segundo mandato do governo Lula por intermédio da administração de Fernando Haddad à frente da pasta ministerial.
Os governos neoliberais no Brasil assentaram os alicerces da dominação do imperialismo no país de diversas maneiras durante toda a década de 1990. Em todas as dimensões os tentáculos do imperialismo em conluio com diversos conglomerados econômicos e financeiros nacionais impuseram; não apenas as suas visões de mundo, como também suas principais ações concretas na direção da implementação dos seus projetos empresariais com total apoio do Estado.
Dentre esses projetos a educação sempre esteve na mira dos interesses empresariais; só que agora, com um incentivo e um apoio adicional do Estado brasileiro capturado por organismos internacionais e outras entidades representativas nacionais, no que concerne à educação. Essa lógica perversa abarca todas as relações sociais, incluindo a cultura e a educação que coexistem nas formas simbióticas entre servirem de ganhos no próprio processo de reprodutividade do capital quanto na maneira pela qual são também instrumentos do poder ideológico da classe dominante. Nem mesmo na pandemia da Covid-19, esse processo encontrou obstáculos a ideologia neoliberal e as ações concretas de reprodução, acumulação e ampliação do capital, onde a educação também esteve no centro do debate, principalmente na sua interrupção presencial momentânea; contudo, impuseram um ritmo de exigência aos projetos de plataformização da educação mais acelerado.
A denominada parte diversificada da educação com cargas horárias nos currículos, podemos assim dizer, foram inseridas paulatinamente, com maior participação dos grupos privados na educação, carregando a ideologia dos ditos “mercados”, do mundo dos negócios. Projeto de Vida, empreendedorismo, pensamento computacional e outras disciplinas, passaram a estar mais frequentes nos currículos, com maior ênfase desde 2020, tendo destaque ou visibilidade no denominado Novo Ensino Médio na pandemia e principalmente pós pandemia, já no modo presencial da educação.





