O jogador paraguaio do São Paulo Damián Bobadilla foi acusado de xenofobia pelo venezuelano Navarro, do Talleres, após partida ocorrida no último dia 27, no Morumbi. Navarro alega que Bobadilla o chamou de “venezuelano morto de fome” durante o jogo, gerando uma onda de acusações amplificada pela imprensa brasileira para atacar o governo venezuelano de Nicolás Maduro. A Polícia Militar chegou ao vestiário para localizar Bobadilla, que já havia deixado o local, e planeja chamá-lo para depor.
Segundo a imprensa, Navarro chorou após prestar depoimento no Juizado Especial Criminal (Jecrim). “Tanto Ferraresi quanto Arboleda ficaram do meu lado no gramado”, disse. O zagueiro Sabino, do São Paulo, descreveu sua conversa com Navarro: “pedi a ele que continuasse em campo por sua família, que tem orgulho dele”.
O técnico Luis Zubeldía evitou comentar o caso, irritado com perguntas, destacando apenas a classificação do time. Já o São Paulo informou desconhecer qualquer procedimento oficial contra Bobadilla.
A acusação contra Bobadilla ainda não julgada e nem o jogador tricolor foi ouvido, mas o caso já é explorado para reforçar estereótipos contra venezuelanos. A publicidade dada ao incidente, sem apuração completa, é sintomático da campanha orquestrada para atacar Maduro, usando o identitarismo como pretexto.
