Brasil

Ditadura: direita proíbe carnaval de rua em Porto Alegre

Em diversas cidades, foliões são atacados pela repressão em pleno carnaval, apenas pelo crime de se divertirem nas ruas do País

Em Porto Alegre, a prefeitura deu mais um passo em direção ao autoritarismo ao proibir qualquer evento de Carnaval de rua na Cidade Baixa, tradicional reduto boêmio e cultural. Sob o pretexto de “garantir a segurança”, o governo municipal cedeu às pressões de caráter nazista do Ministério Público e decidiu sufocar a expressão popular.

Esta decisão arbitrária resultou em confrontos entre foliões e a Brigada Militar na madrugada do primeiro dia de Carnaval. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram cenas de brutalidade policial, com pessoas sendo imobilizadas no chão e agredidas com spray de pimenta. O crime? Ousar se divertir. A truculência da polícia não poupou nem mesmo mulheres, detidas de forma violenta.

Na capital paulista, a polícia adotou táticas dignas de uma obra orweliana de baixo orçamento, ao infiltrar agentes disfarçados de Power Rangers nos blocos de Carnaval. Esta estratégia, longe de garantir a segurança dos foliões, serve apenas para criminalizar a festa e criar um ambiente de desconfiança e medo entre os participantes. Se o Power Ranger do seu lado pode ser um policial, é preciso ter cautela 100% do tempo, vivendo um clima de vigilância e repressão constante.

Apesar desses dois casos, a violência policial não se limitou a Porto Alegre e São Paulo. Em diversas cidades do país, foram registrados casos de agressão e abuso de autoridade por parte das forças de segurança. Aqui, listamos alguns:

  1. Juiz de Fora (MG): Foliões passaram mal após a Polícia Militar usar spray de pimenta indiscriminadamente durante um bloco.

  2. Brumadinho (MG): índios das aldeias Pataxó Naô Xohã Arakuã e Katurãna denunciaram agressões por parte da polícia após uma festa de Carnaval.

  3. Capinópolis (MG): Uma mulher foi atingida no rosto por uma bala de borracha disparada pela polícia após shows e apresentações culturais.

O uso de tecnologias de vigilância, como o reconhecimento facial, para efetuar prisões durante o Carnaval é mais um reforço do aparato repressivo da burguesia e dos policiais, seus sarnentos cães de guarda, sendo usados para controlar e intimidar a população. Apesar da repressão, porém, o povo não se cala.

Em Porto Alegre, foliões e ativistas denunciam a violência policial e a proibição arbitrária dos eventos de Carnaval. “É proibido ser feliz em Porto Alegre”, dizem os manifestantes nas redes sociais, expressando sua indignação contra um governo que criminaliza a cultura popular.

O Carnaval brasileiro, historicamente, sempre foi um espaço de resistência das camadas populares. A tentativa de reprimir e controlar essa manifestação cultural revela o medo que a burguesia tem do povo nas ruas, mesmo que ocupadas apenas por foliões.

A truculência dos agentes da repressão e as proibições arbitrárias não são apenas ataques ao Carnaval, mas aos próprios direitos democráticos da população, como o direito de livre expressão. É fundamental que os trabalhadores e todos os setores da sociedade se unam em defesa do Carnaval popular e contra a repressão estatal. É preciso exigir o fim imediato da repressão policial nos eventos de Carnaval, a revogação de todas as proibições arbitrárias de blocos e festas de rua.

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