Privatização

Banqueiros ameaçam a segurança nuclear do Brasil

Eletronuclear está sendo abandonada por conta da gestão neoliberal da Eletrobrás

A Associação Mundial de Operadores Nucleares (WANO na sigla em inglês), organização que fiscaliza as usinas nucleares ao redor do mundo, está preocupada com a degradação da Eletronuclear, provocada pela atual diretoria da companhia. Fundada em 1989, após o acidente em Chernobyl, a entidade é ligada à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), associação do imperialismo para controlar e pressionar o uso da energia atômica em países de capitalismo atrasado, sob o pretexto de gerenciar a segurança atômica no mundo.

Executivo da WANO, Jerome Degois tem visitado com frequência a Eletronuclear, realizando inspeções e entrevistas com os trabalhadores da indústria. Segundo a organização, é a primeira vez na história que a degradação afeta a segurança intensamente. Além disso, é destacada uma preocupação política, o afastamento do Brasil da AIEA, seguindo países como a Coreia do Norte e Irã, os únicos países que possuem indústria nuclear e não participam da associação.

Privatização e sucateamento

Uma das principais acionistas da Eletronuclear é a Eletrobrás com 35,30% das ações, recentemente privatizada por 10% do valor do complexo que abrangia a indústria. A WANO denuncia que após a privatização, a indústria nuclear começou apresentar problemas de segurança e crise financeira. Segundo o portal Petro Noticias, a empresa funcionou muito bem por mais de 25 anos, além da eficiência, sobrevivia com a receita das duas usinas.

Evidentemente, a Eletrobrás possui grande influência sobre a diretoria executiva Eletronuclear, e o jornal denuncia que, pressionado por cortes de custos, “independente das consequências”, a empresa está sendo desmontada, apontando haver quem acredita que ela será inviabilizada a ponto da Eletrobrás ser indenizada por renunciar a seu controle, voltando a ficar sob a tutela estatal 100%. A receita anual da empresa é de aproximadamente R$4,7 bilhões, determinada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), ao estabelecer a tarifa necessária para o funcionamento de Angra 1 e 2.

A receita, no entanto, não leva em conta os custos com Angra 3 e com a extensão de vida da Angra 1. Ambos totalizam aproximadamente R$2,4 bilhões, ou seja, 51% da receita da Eletronuclear é utilizada para pagar custos que não estão cobertos pela tarifa estabelecida pela ANEEL. Utilizando a receita para outras finalidades, além do funcionamento da indústria, pode gerar uma crise geral com a segurança.

Cortes de gastos criminosos

Alexandre Caporal, diretor financeiro da Eletronuclear cortou 400 milhões de reais da manutenças das usinas nucleares. O sítio Petro Noticias acusa o sucateamento da empresa:

Com essas informações casadas, mais a Eletrobras estar determinada a não investir em Angra 3 e nem na extensão de vida de Angra 1, consegue-se entender a estratégia da atual diretoria da Eletronuclear como se fossem responsáveis por um gasto irresponsável, e, um discurso agressivo de que a empresta está quebrada. O que os experientes profissionais da empresa estão dizendo, a manobra, é, na verdade, uma estratégia para retirar recursos da operação e manutenção das usinas e colocar em investimentos sem cobertura tarifária, para que a Eletrobras não tenha que aportar dinheiro em novos investimentos.”

O custo para manter as usinas, de 800 milhões, foi cortado pela metade no ano de 2024. Um corte dessa magnitude representa uma ameaça grave para a segurança nuclear. 

Ex-presidente da Petrobrás na era Temer e hoje presidente da Eletrobrás, Ivan Monteiro se mantém em silêncio sobre o tema. A administração neoliberal da Eletrobrás já não guarda compromisso algum com nada exceto o lucro dos vampiros que a roubaram, nem mesmo com a segurança nuclear do País.

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