Palestina

Guerra na Cisjordânia: ‘Israel’ se afunda no atoleiro de Jenin

Após a derrota humilhante em Gaza, o sionistas repetem o mesmo plano na Cisjordânia, é uma manobra desesperada ante a iminente vitória ainda maior da Resistência

Desde que sofreu uma derrota humilhante na Faixa de Gaza, o Estado de “Israel” lançou uma operação militar contra a Cisjordânia ocupada tentando conseguir alguma vitória e também evitar que a vitória do Hamas se transformasse em uma enorme mobilização popular. Assim, o exército sionista lançou uma operação militar de larga escala com foco na cidade de Jenin, o epicentro da resistência. Nesta segunda-feira (3), a intensidade da operação aumentou ainda mais.

A imprensa israelense informou que o exército está expandindo suas operações no norte da Cisjordânia, não apenas em termos das áreas em que atua, mas também no equipamento militar que está utilizando. Segundo os relatos, veículos blindados de transporte de tropas Eitan, usados pela Brigada Nahal em combate, foram vistos nas áreas de Tubas e Jenin nesta segunda-feira (3). Esta é a primeira vez, desde a Operação Escudo Defensivo em 2002, realizada durante a Segunda Intifada, que as forças israelenses implantam veículos blindados de transporte de tropas na Cisjordânia.

As forças israelenses também começaram a usar ferramentas ofensivas na Cisjordânia que raramente eram empregadas no passado, fato confirmado por um porta-voz do exército em resposta a uma consulta do site de notícias Kipa. A imprensa israelense interpretou isso como uma tentativa de sinalizar que a atual operação militar no norte da Cisjordânia já não é mais uma missão rotineira.

As forças israelenses, compostas por três brigadas militares, frequentemente realizam ataques aéreos contra combatentes da Resistência e infraestrutura, destroem edifícios e agora utilizam veículos blindados para transportar tropas por vilarejos ocupados e campos de refugiados.

Uma campanha genocida na Cisjordânia

O Ministério da Saúde Palestino anunciou nesta segunda-feira que 70 palestinos foram assassinados na Cisjordânia desde o início do ano, a maioria deles em Jenin. Em um comunicado, o ministério especificou que as vítimas incluíam 10 crianças, uma mulher e dois idosos. Segundo o Ministério da Saúde, 38 foram mortos em Jenin, 15 em Tubas, 6 em Nablus, 5 em Tulcarém, 3 em al-Khalil, 2 em Beit Lahm e 1 em al-Quds (Jerusalém).

As forças israelenses também destruíram 100 edifícios em Jenin nas últimas duas semanas, deixando muitas famílias desabrigadas.

Relatora especial da ONU para os territórios palestinos ocupados, Francesca Albanese condenou as ações israelenses na Cisjordânia como “criminosas”. Ela alertou que “a intenção de genocídio é clara na maneira como Israel está atacando os palestinos“.

Em uma publicação no X neste domingo (2), Albanese pediu à comunidade internacional que intervenha, afirmando que a destruição israelense “se expandiu para todos os territórios ocupados, não apenas para Gaza“.

O prefeito de Jenin Mohammad Jarrar, afirmou: “a atual invasão da ocupação israelense é a maior e é considerada uma repetição do que aconteceu na Faixa de Gaza. A cidade se tornará uma área deserta e completamente destruída se a operação militar continuar. Se não houver uma intervenção internacional urgente, a escala do desastre em Jenin será enorme. 50% dos bairros da cidade não têm acesso a água, comida ou eletricidade devido ao cerco israelense. Enviamos pedidos de socorro às organizações internacionais e irmãos para obrigar a ocupação a interromper a operação militar”.

A Sociedade do Crescente Vermelho Palestino (SCVP) afirmou em um comunicado na segunda-feira (3) que está facilitando evacuações em massa de civis dos campos de refugiados de Jenin e Tulcarém. “A situação humanitária em Jenin é muito difícil, com o contínuo abuso dos cidadãos“, disse a SCVP.

Nossas equipes em Jenin estão lidando com casos de espancamento e abuso por parte das forças de ocupação. Evacuamos mais de 3.000 cidadãos de Tulcarém e Jenin nos últimos dias“, acrescentou o comunicado. Somente no campo de Jenin, mais de 20.000 palestinos foram expulsos de suas casas desde o início da operação israelense na cidade.

A implacável Resistência Palestina

Brigada Silat al-Harithia de Jenin, que opera sob as Brigadas al-Quds (milícia da Jiade Islâmica), anunciou confrontos intensos com as forças de ocupação israelenses em diversos eixos de combate em Silat al-Harithia, nos quais seus combatentes dispararam rajadas de balas contra as forças de infantaria israelenses e veículos militares, atingindo alvos diretamente.

Os combatentes da Resistência também conseguiram detonar um dispositivo explosivo improvisado Sijil em um veículo militar que se dirigia a uma casa sitiada, conseguindo atingir o alvo diretamente. Eles também plantaram várias minas Sijil e KJ37 nas rotas de acesso à cidade, utilizadas por veículos israelenses.

As Brigadas dos Mártires de al-Aqsa (da ala esquerda do Fatá, cuja burocracia controla a Autoridade Palestina), por sua vez, atacaram as forças de ocupação israelenses com uma pesada barragem de tiros durante uma operação na cidade de Nablus, na Cisjordânia. As Brigadas também anunciaram que seus combatentes emboscaram uma unidade de infantaria israelense dentro do campo de Fará no domingo, e conseguiram detonar um dispositivo de alto poder explosivo, atingindo a unidade enquanto também atacavam com tiros.

Em um comunicado o Hamas se posicionou sobre a situação de Jenin: “os contínuos crimes sionistas em Jenin, incluindo a demolição de casas, não quebrarão a vontade do nosso povo, mas apenas fortalecerão a resistência na luta contra sua brutal agressão. As enormes explosões e a destruição em Jenin são provas do genocídio em curso contra os palestinos na Cisjordânia, refletindo o compromisso do ocupante com crimes de guerra, como os testemunhados em Gaza, sem qualquer responsabilização.

Esses crimes em escalada exigem uma resistência intensificada para enfrentar a tentativa sionista de apagar a presença palestina. O derramamento de sangue e a destruição causados pela ocupação alimentarão a resistência como um caminho estratégico para a libertação e a expulsão dos ocupantes. Conclamamos as nações árabes e islâmicas, bem como a comunidade internacional, a assumirem a responsabilidade de deter esses crimes, que ameaçam a estabilidade regional e global”.

Apesar dos massacres e de toda a destruição, a situação de Jenin se assemelha a da Faixa de Gaza. O Estado de “Israel” não consegue derrotar a Resistência, apenas atacar civis. Uma derrota em Jenin terá um impacto muito negativo para os sionistas, será o sinal para toda a Resistência na Cisjordânia que chegou o momento de derrotar a ocupação.

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