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Oriente Médio

Novo primeiro-ministro é anunciado na Síria

Segundo informações da emissora catariana Al Jazeera, o novo chefe de Estado atuava até então como governador de facto da província de Idlib

Nessa terça-feira (10), em pronunciamento televisivo, Mohammed al-Bashir declarou a si próprio como o novo primeiro-ministro da Síria. Al-Bashir disse ter recebido uma autorização das forças que derrubaram o então presidente Bashar al-Assad para formar um governo interino, com planos de concluí-lo até 1º de março de 2025. Segundo informações da emissora catariana Al Jazeera, o novo primeiro-ministro atuava até então como governador de facto da província de Idlib, que havia sido tomada pela Frente al-Nusra, organização financiada e treinada pelo imperialismo para desestabilizar o regime sírio. A emissora catariana ainda informou que Al-Bashir seria “muito próximo” à Frente Al-Nusra.

No dia anterior, o comando de Operações Militares da Síria havia anunciado que suas forças estavam próximas de completar o controle da capital, Damasco, e que “o novo governo começará a trabalhar imediatamente após sua formação”. O comando anunciou a prisão de algumas pessoas que supostamente estariam estimulando conflitos, prometendo lidar com firmeza com “qualquer tentativa de semear discórdia ou fazer ameaças, pois a pátria pertence a todos, e vamos preservar a unidade e a segurança de seus cidadãos”.

A rápida queda de Assad, após uma ofensiva de apenas 12 dias, já indicava que o presidente havia perdido completamente o apoio das forças armadas. Não houve, afinal, resistência ao golpe de Estado. A atuação dos militares em “preservar a unidade” apenas comprova o envolvimento das forças armadas na conspiração golpista.

No mesmo momento em que o novo governo se formava na Síria, prometendo a “salvação nacional”, Mohsen Rezaei, membro do governo iraniano, alertou que “terroristas [sírios] estão se preparando para lançar ataques contra o Iraque”. Segundo ele, 11.000 mercenários do Estado Islâmico (antigo Estado Islâmico do Iraque e da Síria, EIIS) foram treinados em um campo militar norte-americano no norte da Síria. Rezaei também relatou que “Israel” realizou ataques a 250 alvos militares e de infraestrutura na Síria nas últimas 24 horas.

Em outro pronunciamento, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmaeil Baghaei, afirmou que o país persa condena a agressão israelense e sua expansão na ocupação das Colinas de Golã. Ele ainda criticou “o silêncio dos países ocidentais e dos apoiadores da entidade sionista diante desses ataques”. A República Islâmica do Irã também pediu à comunidade internacional que tome “medidas decisivas e imediatas para interromper os ataques israelenses contra a Síria e responsabilize ‘Israel’ por violar o direito internacional”.

Segundo a emissora libanesa Al Mayadeen, as forças responsáveis pela derrubada de Assad teriam realizado execuções sumárias na cidade de Latakia, acusando os mortos de serem oficiais do Exército Sírio. Um vídeo que circula nas redes sociais mostra homens armados executando indivíduos que eles chamaram de shabbiha, termo pejorativo usado para descrever pessoas ligadas ao regime derrubado.

Ahmed al-Sharaa (Abu Mohammad al-Jolani), comandante da sala de operações militares das forças de oposição a Assad, declarou que seus homens “não hesitarão em responsabilizar criminosos, assassinos e oficiais de segurança e militares envolvidos na tortura do povo sírio”.

Na Europa, chamou a atenção que Anouar El Anouni, porta-voz de Relações Exteriores e Política de Segurança da Comissão Europeia, afirmou que “vários estados-membros [da União Europeia] anunciaram sua disposição imediata para trabalhar com grupos de oposição sírios que assumiram o poder com base em direitos humanos fundamentais”. Curiosamente, os tais “grupos de oposição”, há não muito tempo, eram chamados de “terroristas” pela imprensa e pelos governos imperialistas, o que apenas comprova que os mercenários que levaram adiante a ofensiva contra Assad são patrocinados pelas grandes potências.

Em circunstâncias semelhantes, o ministro britânico Pat McFadden afirmou que o Reino Unido estaria considerando a remoção do status de proscrição da Frente Al-Nusra. “Vamos considerar isso. E acho que isso dependerá, em parte, do que irá acontecer a seguir”, destacou.

Enquanto isso, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia, país que apoiava Assad contra as investidas do imperialismo, confirmou que o presidente deixou o país.

“A retirada de Assad do processo de cumprimento das funções de chefe de estado é uma decisão pessoal dele. O restante não será comentado”, afirmou Dmitry Peskov, porta-voz do Crêmlin, aos repórteres da RIA Novosti.

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