O primeiro-ministro de “Israel”, Benjamin Netaniahu, visitou os Estados Unidos na última quarta-feira (24), proferindo um discurso ao Congresso, o quarto desde que assumiu o governo sionista, o que é um recorde para um líder estrangeiro. O chefe de Estado do país artificial deve ter ainda um encontro com o presidente norte-americano, Joe Biden, nesta quinta-feira (25), onde espera-se que discutam “a situação em Gaza”, “progressos em direção a um cessar-fogo” e também “um acordo sobre a libertação de reféns”, conforme noticiado pela Casa Branca (sede do governo norte-americano). Tanto Biden quanto Kamala Harris, vice-presidente e candidata democrata às eleições presidenciais de novembro, não estiveram presentes no Congresso durante o pronunciamento do sionista.
Segundo a imprensa norte-americana, Harris conversará separadamente com o primeiro-ministro israelense nesta quinta-feira. Na sexta, Netaniahu é esperado em Mar-a-Lago, no estado da Flórida, residência do presidenciável republicano Donald Trump. “Vou dizer aos meus amigos de ambos os lados que, independentemente do próximo presidente eleito pelo povo norte-americano, Israel continua sendo o aliado forte e indispensável dos Estados Unidos no Oriente Médio”, disse o sionista antes de iniciar sua viagem.
No Congresso, o líder sionista começou sua fala destacando que “tal como o 7 de dezembro de 1941 [bombardeio de Pearl Harbor que levou os EUA à Segunda Grande Guerra] e o 11 de setembro de 2001, o dia 7 de outubro é um dia que viverá para sempre na infâmia”. Netaniahu, então, agradeceu ao presidente Biden, a quem credita “meio século de amizade a Israel”.
Com sua presença contestada pelo vigoroso protesto que transcorria do lado de fora do Congresso, onde simpatizantes da luta contra o genocídio do povo palestino e a polícia se enfrentavam, o primeiro-ministro israelense aproveitou para atacar as manifestações contra a barbárie sionista que ocorrem nos EUA. Segundo Netaniahu, as mobilizações seriam impulsionadas pelo governo do Irã.
“Soubemos recentemente, pelo Diretor de Segurança Nacional dos EUA, que o Irã está financiando e a promovendo protestos anti-Israel na América”, disse o mandatário israelense, sendo ele próprio, assim como seu governo e seu país, inteiramente dependentes do financiamento dos EUA e das demais potências imperialistas.
“Da mesma forma, sabemos que o Irã está financiando os protestos anti-Israel que estão ocorrendo neste momento, no exterior deste edifício. Não são muitos, mas estão lá e por toda a cidade. Tenho uma mensagem para estes manifestantes: a partir do momento em que os tiranos de Teerã, que enforcam gays em guindastes e assassinam mulheres por não cobrirem seus cabelos, estão elogiando, promovendo e financiando vocês, vocês se tornam oficialmente idiotas úteis do Irã”, disse, arrancando aplausos dos parlamentares norte-americanos.
O premiê israelense, em seguida, aproveitou para mendigar mais recursos para massacrar o povo palestino:
“Meus amigos, por décadas, os Estados Unidos forneceram a Israel uma generosa assistência militar e, em agradecimento, Israel forneceu ais Estados Unids informações críticas que salvaram muitas vidas. Desenvolvemos em conjunto algumas das armas mais sofisticadas do mundo, que ajudam a proteger ambos os nossos países e também ajudaram a manter os soldados americanos fora do solo, protegendo nossos interesses compartilhados no Oriente Médio.
Aprecio profundamente o apoio dos Estados Unidos, inclusive nesta guerra atual; porém, este é um momento excepcional: acelerar a ajuda militar dos EUA pode acelerar dramaticamente o fim da guerra em Gaza e ajudar a prevenir uma guerra mais ampla no Oriente Médio. Na Segunda Guerra Mundial, enquanto a Grã-Bretanha lutava na linha de frente da civilização, Winston Churchill apelou aos norte-americanos com estas palavras famosas: ‘Dê-nos as ferramentas e terminaremos o trabalho’.
Hoje, enquanto Israel luta na linha de frente da civilização, eu também apelo à América: ‘Dê-nos as ferramentas mais rápido e terminaremos o trabalho mais rápido’”.
Para sensibilizar os parlamentares a ceder mais recursos do cada vez mais empobrecido povo norte-americano a uma guerra que não lhes interessa, mas interessa enormemente aos monopólios que sustentam “Israel”, Netaniahu concentrou o resto do discurso atacando a República Islâmica do Irã:
“O Irã compreende que para desafiar verdadeiramente os Estados Unidos, tem de conquistar primeiro o Oriente Médio e, para fazer isso (…), no caminho do Irã está uma orgulhosa democracia pró-norte-americana: o meu país, o Estado de Israel. É por isso que as multidões em Teerã cantam ‘morte a Israel’ antes de cantarem ‘morte à América’.
Para o Irã, Israel é o primeiro e os Estados Unidos serão o próximo. Por isso, quando Israel luta contra o Hamas, estamos lutando contra o Irã; quando combatemos o Hamas, estamos combatendo o Irã, e quando combatemos o Irã, estamos a combatendo o inimigo mais radical e assassino dos Estados Unidos da América. E mais uma coisa: quando Israel atua para impedir o Irã de desenvolver armas nucleares, armas nucleares que poderiam destruir Israel e ameaçar todas as cidades norte-americanas, não estamos apenas nos protegendo, estamos protegendo vocês, meus amigos. Se lembrarem de uma coisa, uma única coisa desse discurso, lembrem-se disto: os nossos inimigos são os seus inimigos, a nossa luta é a sua luta e a nossa vitória, será a sua vitória”.
Faltou apenas ao sionista lembrar também que a derrota de “Israel” será a derrota do imperialismo. Esta é, finalmente, a principal razão para que os opositores da ditadura mundial em todo o planeta dobrem os esforços para apoiar o Eixo da Resistência.
O Hamas, os demais partidos da Resistência Palestina e todas as forças que se dedicam a erradicar “Israel” devem ser ainda mais vigorosamente apoiados após a demonstração de fraqueza de Netaniahu, que, sem os aportes bilionários de dinheiro e armas, será varrido do mapa.