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Esquerda brasileira

Como superar o fascismo? Certamente não com juízes e policiais

A superação do capitalismo é, de fato, a única forma segura de superar o fascismo definitivamente, mas isso não será conquistado com processos e prisões

Em artigo intitulado Superação do fascismo no Brasil e publicado no portal Brasil247, o colunista do órgão esquerdista Jorge Folena apresenta uma tese no mínimo interessante: o “fascismo foi naturalizado no país”, diz o autor. Dois eventos teriam motivado a epifania de Folena:

No primeiro caso, “um vídeo de treinamento de policiais militares de Minas Gerais, em que eles corriam pelas ruas cantando o refrão ‘cabra safado, petista maconheiro’”. Já o segundo caso seria “o de um desembargador do Paraná, que em plena sessão de julgamento, não teve qualquer escrúpulo em derramar toda a sua misoginia, ao criticar o posicionamento de uma mulher (o caso analisado no tribunal era de uma menina de 12 anos, que requereu medida protetiva contra a prática de assédio promovida por um professor) como sendo uma ‘manifestação feminista’, como se o feminismo fosse algo condenável e prosseguiu em sua fala afirmando que nos dias de hoje são as mulheres que estão ‘correndo atrás de homens’.”

Para os primeiros, o remédio “antifascista” seria “todos os envolvidos (facilmente identificáveis) serem imediatamente afastados de suas funções, inclusive sendo determinadas prisões disciplinares, e, em seguida, sendo processados administrativa e criminalmente.”

É verdade que o fascismo foi naturalizado no país. O que comprova isso, porém, não são as manifestações grotescas de direitistas, mas a facilidade com que se pede repressão às mesmas. PMs cantando algo como “petista maconheiro” não deveria surpreender alguém a essa altura dos acontecimentos, e é bom que cantem.

É útil para lembrar o setor da esquerda que ainda acredita nas ilusões das “instituições democráticas” que isso não existe no mundo real. PMs, desembargadores e o conjunto da burocracia estatal têm um lado: contra os trabalhadores e suas organizações de luta. A consequência lógica dessa percepção permitiria, por exemplo, que o conjunto da esquerda abandonasse ilusões, tais como pedir “prisões disciplinares” ou qualquer forma de repressão estatal para lidar com o problema.

Não é o que Folena conclui, ao chegar à conclusão de seu artigo, trazendo sua política para “nos libertarmos do fascismo”:

“Para nos libertarmos do fascismo, que é a maior batalha a ser travada pelo campo democrático, popular e progressista no Brasil, precisaremos ter muita disposição política para promover educação de base e criar consciência política e de classe social.”

Para “promover educação de base e criar consciência política”, é preciso um amplo movimento de massas, capaz de acuarem a burguesia e fazer a classe dominante recuar em sua ofensiva. Não é, no entanto, mobilizando a burocracia estatal para processar e prender opositores que atingiremos esse objetivo. A única conclusão possível é o fortalecimento da própria burocracia, e como o autor reconhece, “as instituições têm normalizado o fascismo”, o que faz delas a pior forma de ação diante dos fascistas.

Ao final, o autor diz que “a vitória sobre o fascismo somente ocorrerá com a superação da ordem capitalista, que pavimentou o caminho para a sua própria destruição”. Está muito bem dito, a questão é que para atingir esse fim, longe de fortalecer o judiciário e a polícia, é preciso acabar com as instituições do terror burguês, que sempre foram e sempre serão fascistas.

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