O julgamento do ex-juiz da Lava-Jato e atual senador pelo estado do Paraná Sergio Moro (União Brasil), terminou com a absolvição do parlamentar das acusações de abuso do poder, uso indevido dos meios de comunicação e arrecadação ilícita de recursos para a campanha de 2022, impediu a esperada cassação do golpista. Não deixa de ser um desfecho democrático, uma vez que somente o povo, através do qual foi eleito, poderia tirá-lo do poder. Não é tarefa de nenhum tribunal cassar qualquer pessoa eleita, seja quem for, razão pela qual a cassação de nenhum parlamentar deve ser defendida pela esquerda. A questão central nesse caso, porém, é quem está por trás dessa absolvição.
O golpista foi inocentado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), presidido por ninguém menos que o jurista mais amado da esquerda brasileira, Alexandre de Moraes, aquele que através de suas arbitrariedades jurídicas iria livrar de vez o Brasil do fascismo. Sérgio Moro muito possui uma ficha muito mais extensa de crimes do que as que resultaram em sua denúncia, afinal, foi o juiz da Lava-Jato, uma operação golpista orquestrada pelo imperialismo para levar adiante o golpe de 2016, derrubar o governo da presidenta Dilma Rousseff (PT) e arrasar o País.
A absolvição do lavajatista serve como um balde de água fria em todos os esquerdistas que idolatram Moraes e apoiam suas arbitrariedades, afinal o caçador de fascistas fingiu perseguir a extrema direita e seus apoiadores, na suposta tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023. Bolsonaro e qualquer figurão das forças armadas que pudesse ter envolvimento nos eventos não foram sequer incomodados. Agora, posto diante da chance de punir um golpista de verdade, mesmo que por outros crimes, Moraes nada fez, o que não seria um problema para o magistrado, especialista em arbitrariedades jurídicas cometidas sem nenhum tipo de crise. O ministro poderia muito bem condenar Moro agora em “defesa da democracia”, mas não o fez.
A facção da burguesia que Moraes representa caminha, neste momento, para um acordo com o bolsonarismo, sem outro objetivo, mas concentrar as atenções da burguesia contra a esquerda futuramente. Assim como o juiz fingia perseguir os bolsonaristas, futuramente se voltará contra a esquerda, mas com uma diferença: a esquerda realmente será perseguida.
Não há como se apoiar em arbitrariedades jurídicas para favorecer o povo. O judiciário está na mão da burguesia, é um instrumento da classe dominante para sua ditadura e jamais, sob um regime capitalista, irá defender a população oprimida.
O povo tem que ser conscientizado sobre a situação política e ser mobilizado para defender os direitos democráticos, principalmente políticos, pois essa é sua única arma contra as arbitrariedades do sistema capitalista.
Esperar que um juiz ditador que leva adiante uma verdadeira cruzada contra a liberdade de expressão, que é o direito democrático fundamental, sem o qual nenhum outro é possível, configura em uma loucura sem tamanho.
Os tribunais da burguesia são tribunais políticos e manipuladores que pretendem enganar a população, para que haja a impressão de que estes cumprem um papel positivo na chamada democracia.




