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Rio Grande do Sul

Relatos mostram destruição causada por política de Eduardo Leite

Moradora relata ter visto corpos de pessoas mortas boiando. Igualmente, relata que é o povo quem está indo às ruas ajudar os afetados pelas enchentes

Após duas semanas, o povo do Rio Grande do Sul continua desamparado e os números da destruição neoliberal de Eduardo Leite (PSDB) seguem aumentando.

Graças à destruição da infraestrutura pública necessária à prevenção de enchentes e desastres, já é 107 o número de mortos confirmados, número este que irá subir, já que há 136 pessoas desaparecidas. Há pelo menos 250 crianças separadas de suas famílias. O número de feridos, por sua vez, chega a 347.

Contudo, a destruição é ainda maior considerando que há 165.112 pessoas desalojadas, das quais 67.563 estão desabrigadas. No total, 428 municípios foram afetados, assim como 1.482.006 pessoas.

Um verdadeiro crime contra o povo do Rio Grande do Sul. Um crime que a imprensa burguesa vem tentando mascarar como sendo consequência de “mudanças climáticas”, isentando Eduardo Leite e o PSDB de responsabilidade.

Contudo, pesquisa do Instituto Quaest divulgada nesta quinta-feira (9) revelou que 68% dos brasileiros entendem que governo estadual tem muita responsabilidade pelo que ocorre no RS. Para 70% dos entrevistados, a destruição poderia ter sido evitada se o governo tivesse feito os investimentos necessários de infraestrutura.

O Diário Causa Operária obteve o relato de uma moradora que confirmou que “a imprensa não conta o que de fato aconteceu, a TV aberta é muito enganosa”. Ela relatou que “temos muitas cidades que estão submersas mesmo, a água está nos telhados. Para comer, a gente precisa levar as coisas de barcos, de jet-ski. É uma coisa indescritível o que está acontecendo aqui no Sul”.

O relato da moradora é ainda mais chocante quando ela diz que “é muito sério, é muito triste, as pessoas estão morrendo; às vezes você vê animais boiando, pessoas mortas boiando. É horrível, é horrível”.

Ela destaca ainda a precariedade e o desmonte dos serviços públicos ao dizer que “quem está fazendo as coisas acontecerem são os civis. É o povo que foi para a rua, eles pegam o jet-ski, eles passam a noite salvando as pessoas, porque o que é da parte do governo não dá conta, e nem faz também. Eles são muito lentos”. 

Além disso, este Diário conversou com um militante do Partido da Causa Operária (PCO) que mora no centro histórico de Porto Alegre. Ele relata os momentos iniciais do desastre na capital gaúcha e como tomou a decisão de sair de casa antes que o seu bairro inundasse:

Certo dia, fiquei sem luz. Nesse mesmo dia, pela manhã, recebi a notícia que bairros do lado do Centro Histórico, onde moro, no caso os bairros Cidade Baixa e Menino Deus, estavam inundando, estavam com alerta de evacuação. Então, fiquei preocupado, mas, como os alertas não eram no meu bairro, decidi ficar em casa, apesar de estar sem energia e de o fornecimento de água para o prédio ter cessado. Mas, à tarde, eu fiquei completamente sem sinal de internet, sem sinal de 4G, sem sinal de telefone. Daí tomei a decisão de sair, pois se tivesse mais um alerta eu não saberia”.

Nesta quinta-feira, foi registrada uma redução no nível da água do Guaíba. Estando acima dos cinco metros desde sábado, o nível abaixou para 4,90. Contudo, nesta quarta-feira (8), o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alerta de chuvas intensas no Estado, podendo agravar a situação no Rio Grande do Sul.

Em relação a isso, Felipe Vilanova, que também é militante do PCO no Rio Grande do Sul, disse: “há uma previsão de tempestade nesse final de semana que vai assolar todo o Rio Grande do Sul novamente e, mais uma vez, veremos cenas lamentáveis“. Ele ainda afirma que “quando a chuva parar definitivamente e a água baixar a níveis normais, estimo que a contagem de corpos chegará a mil“.

Vilanova informa que os militantes do Partido, em conjunto com os Comitês de Luta do estado, publicaram um panfleto denunciando que a culpa de todo esse desastre é justamente de Eduardo Leite e de seus amigos do capital financeiro. O material, consequentemente, está sendo distribuído à população.

“A situação é de falta de água e de luz, ruas alagadas, casas debaixo d’água. Fora a situação nos abrigos, pessoas que se perderam das famílias e os vários mortos”, disse Vilanova.

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