O Clube Atlético Mineiro sagrou-se campeão mineiro com um técnico estrangeiro. O Cruzeiro perdeu o campeonato mineiro com um técnico estrangeiro. O do Cruzeiro, Nicolas Larcamon, fez uma burrada no segundo tempo e trouxe o Atlético, com todos os seus craques de um time muito superior ao Cruzeiro, para o seu campo. O do Atlético, Gabriel Milito, acabou de chegar e deixou que a turma fizesse o seu papel com a individualidade.
Não existe segredo na questão do técnico nacional ou estrangeiro. Os gringos chegam, ganham ou perdem. Os nacionais assumem, ganham ou perdem. Quem ganha vai ganhando e se mantendo no cargo, quem perde vai embora e um abraço. Não mudou nada no futebol brasileiro e não vai mudar, nem com estrangeiro, nem com SAF, num país onde a paixão pelo futebol existe em sua forma mais passional, com o perdão da redundância, aplicada para reforço.
Milito, desconhecido antes de assumir o Galo e simplesmente um Thiago Carpini argentino, cujos louros foram classificar o pequeno Argentinos Juniors para as oitavas de final da Libertadores 2023 e sair honrosamente para o Fluminense, só vinga se levar o Atlético a algum título importante, além do Mineiro. Caso contrário, roda durante o ano ou quando ele acabar, com a torcida dando graças a Deus e confiando no próximo estrangeiro, via de regra argentino ou português.
E, assim, gira-se a roda de um círculo vicioso brasileiro. Treinadores nacionais não assumem times, logo não levam taças, não se firmam e desaparecem. Jair Ventura, Thiago Larghi, Roger Machado, Alberto Valentim foram alguns deles. Sem pegar cancha, não se tornam grandes treinadores, e a parte brasileira segue com os dinossauros: Dorival, Mano, Felipão, Renato. E os promissores, os estrangeiros.
Qualquer imbecil percebe que nacionalidade não é o problema.