Nessa terça-feira (12), começou a circular em grupos de WhatsApp uma nota feita pela autodeclarada “organização” da manifestação do Dia da Mulher Trabalhadora de São Paulo, a qual ocorreu na última sexta-feira (8), caluniando o Partido da Causa Operária (PCO) e seu coletivo de mulheres, o Rosa Luxemburgo.
O formulário, que tem como objetivo recolher assinaturas “em defesa da organização do 8 de março de São Paulo”, falsifica completamente os acontecimentos da manifestação do Dia da Mulher Trabalhadora, inventando uma série de mentiras para tentar desmoralizar o PCO e suas militantes.
A nota diz respeito aos acontecimento do último 8 de março, quando a dita organização do ato impediu que militantes dessas duas organizações falassem no carro de som. Frente a isso, os membros dessas organizações protestaram, exigindo direito de fala e denunciando a censura por parte da organização que, com isso, pediu que a Polícia Militar reprimisse os manifestantes do PCO e do Rosa Luxemburgo.
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Para a “organização”, no entanto, nada disso ocorreu. O que teria acontecido, na verdade, e que “a militância de tal organização, o PCO, tentou intimidar as mulheres de todas as organizações políticas que construíram a manifestação do 8 de Março Unificado”. O texto ainda tem a coragem de afirmar que “colocaram homens para agredir companheiras”.
“Vivenciamos um brutal episódio de violência política de gênero em pleno Dia Internacional de Luta das Mulheres! Esses são métodos do fascismo e repudiamos que sejam utilizados nos espaços políticos que nós construímos!”, diz a nota.
Felizmente, estamos em uma época em que mentiras e calúnias podem ser facilmente combatidas por meio de vídeos e gravações de áudio. Conforme este Diário noticiou, são vários os vídeos que mostram que, na realidade, quem estava sendo agredido eram os militantes do PCO. Basta ver.
O que a “organização” em questão quer é ocultar que eles chamaram a polícia contra o PCO. E não é preciso acreditar na palavra deste Diário, pois já publicamos não só vídeos que mostram a organização solicitando a ação da PM, como recebemos, com exclusividade, um documento da Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo no qual a polícia afirma que foi a “organização” que lhes convocou.
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Nesse sentido, se há algo que deve ser repudiado, é o fato de que organizações que se dizem de esquerda chamaram a polícia para reprimir manifestantes de outro partido de esquerda. E não qualquer polícia, mas a polícia de Tarcísio de Freitas, responsável por assassinar 42 pessoas apenas em fevereiro deste ano na Baixada Santista.
A nota ainda reforça o que foi dito pela “organização” durante a manifestação, que “todas as organizações que constroem o 8 de Março Unificado acordaram que as falas durante a manifestação seriam somente dos coletivos, entidades, partidos e movimentos sociais que construíram esse processo político em nossas diversas reuniões, ao longo de meses, garantindo assim que as mais de 70 organizações que construíram ativamente o ato, teriam seu direito de fala preservado”.
Ora, o fato de que está circulando um formulário na Internet para angariar assinaturas para a nota é a demonstração de que essas “diversas reuniões” nunca existiram. Caso contrário, tais organizações teriam convocado uma reunião para assinar a nota ao invés de tentarem juntar apoio virtualmente. É, na realidade, uma “organização” fantasmagórica, inventada para censura o PCO e seu coletivo de mulheres.
Lançando ainda mais falsificações contra o PCO, a organização afirma que o Partido tentou “inviabilizar a realização do 20 de novembro de 2023 e de vários atos pró Palestina”. Sim, o Partido que mais defende a Palestina no Brasil; o Partido que produziu e distribuiu milhões de cartazes, panfletos, adesivos e mais em defesa da Palestina; o Partido que sempre possui o maior bloco nas manifestações pró-Palestina; o Partido que visitou o Catar para conversar com o Hamas para desmentir as acusações do sionismo. Esse é o Partido que está sendo acusado de sabotar a luta em defesa do povo palestino.
Enfim, o texto diz:
“Não aceitaremos e nem nos calaremos diante de tal postura! Esclarecemos que o PCO não faz parte dos espaços de construção e articulação do movimento feminista e de mulheres de São Paulo e não é, a partir de agora, bem-vindo nesses espaços por se tratar de uma organização com métodos fascistas, misóginos e racistas e que a violência além de denúnciada [sic], nunca será tolerada!”
Ninguém, muito menos organizações pequeno-burguesas, têm o direito de dizer que são donas do movimento de mulheres ou de qualquer outro movimento. Se a Internacional Socialista ainda existisse, eles até poderiam reivindicar o Dia da Mulher Trabalhadora, data celebrada desde 1911. Mas fato é que ninguém é dono de nenhuma data, de nenhuma comemoração, de nenhum movimento.
Nesse sentido, a “organização” não possui direito algum de expulsar o PCO do movimento de mulheres. Algo ainda mais absurdo quando levamos em consideração que, de todas as organizações que estão por trás dessa nota, o coletivo de mulheres Rosa Luxemburgo é, de longe, o mais ativo.
Segundo relata Izadora Dias, coordenadora do coletivo de mulheres Rosa Luxemburgo que tentou inscrever sua organização no carro de som, além de um sonoro “não”, ela foi respondida com ironia pela representante da “organização”: “pode tirar nota de repúdio”, disse.
Agora que o Partido repudiou os ataques que sofreu no 8 de Março, tais organizações pequeno-burguesas viram a opinião geral se manifestar contra eles. É para isso que serve este texto: querem dar a volta por cima contando, como foi visto, uma infinidade de mentiras.