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São Paulo

A pedido da esquerda pequeno-burguesa, PM rouba faixão e detém militante do PCO

Segundo testemunhas, a esquerda pequeno-burguesa foi quem solicitou a ação truculenta da PM contra o Partido

Durante o ato do Dia da Mulher Trabalhadora desta sexta-feira (8), a Polícia Militar de São Paulo roubou o faixão do Partido da Causa Operária (PCO). Os soldados, comandados por Tarcísio de Freitas (Republicanos), agrediram com cassetetes os militantes da organização trotskista.

Confira, abaixo, vídeo exclusivo do momento em que a PM atacou os militantes do PCO:

URGENTE: PM de São Paulo rouba faixão do PCO em ato na Avenida Paulista

Pouco tempo depois, a PM deteve um dos militantes do Partido, Tiago Pires, de Araraquara, lhe mantendo contra uma grade em frente à universidade Anhembi, na Avenida Paulista. Veja o momento que a polícia partiu para cima de Pires:

Dia da Mulher Trabalhadora 2024 - Militante do PCO é detido pela PM de São Paulo

Após protestos dos demais militantes, ele foi liberado.

Dia da Mulher Trabalhadora 2024 - Militantes do PCO se manifestam contra prisão de Tiago Pires

Segundo denúncia feita ao DCO por manifestantes que testemunharam os momentos de embate, foram militantes do PSTU, da UP e de demais partidos e grupos da esquerda pequeno-burguesa presentes no ato que exigiram a repressão da Polícia Militar contra o PCO.

O depoimento de Tiago Pires, militante que foi detido pela PM, confirma a denúncia, relatando o que ocorreu:

“Teve um princípio de confusão, não quiseram deixar as mulheres do PCO falar no carro de som, os ânimos se exaltaram um pouco. Aí estava a companheira Natália, que é da Direção do nosso Partido, levantando um cartaz em defesa da mulher palestina, quando fizeram um cordão de homens. A gente chegou para defender a companheira, só tinha homem ali, e aí uma mulher me acusou de estar batendo em todo mundo. A polícia me deteve, me proibiu de continuar participando do ato hoje.”

Militante detido pela PM de São Paulo denuncia ação da esquerda pequeno-burguesa

O DCO entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo exigindo esclarecimentos acerca da ação truculenta da PM contra os militantes do PCO. A Secretaria se limitou a pedir os vídeos que registram a agressão e a pedir que estendamos o prazo de recebimento de uma resposta para segunda-feira (11).

“Como as unidades policiais estão funcionando em esquema de plantão, só conseguimos apurar casos factuais. Já estamos em contato com a Polícia Militar a respeito dos vídeos mencionados, porém, só conseguiremos retorno na segunda-feira”, disse a pasta.

Até o momento, não obtivemos resposta.

Em sua conta oficial no X (antigo Twitter), Rui Costa Pimenta, presidente nacional do PCO, comentou sobre o ocorrido:

“Vergonhosa a atitude da esquerda pequeno-burguesa no ato do dia 8 de março. Não nos convidaram para a reunião de organização. Decidiram que as mulheres do PCO não iriam falar e quando elas protestaram tiveram a capacidade de chamar a PM do Tarcísio, que matou 60 pessoas no último mês, para nossas mulheres. Fazem uma aliança com o bolsonarismo contra o nosso partido. Essas pessoas que não fazem nada a não ser participar de eleições não querem que o PCO, partido mais combativo do país, fale”, disse.

Júlio Marcelino, membro da Direção Nacional do PCO, relatou uma ação verdadeiramente reacionária por parte da esquerda pequeno-burguesa: o dirigente trotskista afirma que arrancaram de suas mãos um cartaz em defesa da jornalista Shireen Abu Aklé, símbolo da luta da mulher palestina. Confira:

“Hoje, na rua Augusta, mais uma vez, a postura de grupelhos em relação ao PCO se fez valer com essa política policialesca de não deixar o Partido falar nos atos. Na Augusta, após o Cine Itaú, estava essa corja toda, tipo UP, PCB, fazendo um cordão para o grupo do PCO nem sequer chegar próximo do carro de som, tamanha a aversão que esses grupelhos têm da luta do povo palestino.

A companheira Natália [Pimenta] tinha o intuito de falar, eles não deixaram desde a [Avenida] Paulista e a gente ficou tentando cavar esse espaço. De repente, eles fizeram esse cordão de isolamento para que nós sequer chegássemos no carro de som e, de então, começaram a agredir os companheiros do PCO que, obviamente, não levam desaforo para casa, e revidaram.

Como eles já haviam chamado a polícia na Paulista, fizeram a mesma coisa na rua Augusta e, então, fizeram um cordão de isolamento com os policiais. Eu estava segurando um cartaz em defesa da jornalista Shireen Abu Aklé, assassinada por Israel em 2022. Estes militantes que se dizem de esquerda, então, arrancaram o cartaz da minha mão, rasgaram e o jogaram no chão.”

Após o fim do ato, o DCO conversou com Natália Pimenta, membro da Direção Executiva do PCO que esteve presente no ato e que foi, inclusive, agredida por representantes da esquerda pequeno-burguesa. Ela denunciou que, ao longo da manifestação, representantes desse setor da esquerda roubaram um surdo e uma caixa da Bateria Zumbi dos Palmares, além de uma bandeira do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas, na sigla em árabe) de militantes do PCO.

Então, Natália explicou o que ocorreu durante o ato, expondo uma avaliação inicial sobre o comportamento da esquerda pequeno-burguesa:

“Hoje, no dia 8 de março, o PCO e o Coletivo de Mulheres Rosa Luxemburgo decidiram fazer um ato que tivesse como tema principal a questão da mulher palestina. Nós produzimos diversos cartazes, panfletos, levantamos o nome da jornalista Shireen Abu Aklé e nosso objetivo era colocar essa questão no ato, e nós colocamos com nossos materiais.

No entanto, a esquerda pequeno-burguesa que, como temos visto, não participa dos atos da Palestina, não defende a resistência, pouco fala da Palestina; procurou nos impedir de falar no carro de som e, dessa maneira, não deu voz àqueles que defendem a mulher palestina no meio dessa crise enorme que temos com o genocídio que “Israel” está fazendo.

Evidentemente, protestamos, tentamos falar, mas eles usaram a repressão, chamaram a polícia para impedir que falássemos. Quase que um companheiro nosso foi levado preso porque inventaram que ele tinha batido em uma mulher – para os identitários, para aqueles que não entenderam o que é o identitarismo, fica a dica: elas acusaram justamente um homem negro de agressão.

Procuraram impedir a gente de se juntar ao ato, mais ou menos como eles estavam tentando fazer nos atos da Palestina, o que, para mim, é simplesmente um sinal de desespero. Mostra que eles simplesmente não têm nenhum interesse na luta de fato, nenhum compromisso com a luta da mulher, muito menos com a luta da Palestina. É tudo um jogo de interesses particulares que nada tem a ver com o movimento, com os trabalhadores, com as mulheres etc.

É um ato de desespero e que tem como base – esses atos especialmente desesperados nesse momento – justamente a questão da luta palestina, na qual estamos muito engajados. Eles praticamente não fazem nenhuma campanha, a campanha é feita quase que exclusivamente pelo PCO, que é quem tira material, convoca, fomos ao Catar, conversamos com o Hamas. Vamos continuar a campanha e, ao invés deles fazerem a campanha deles, eles querem silenciar os que defendem a Palestina, os que defendem a mulher palestina, os que defendem a resistência palestina. E, com isso, abafar a luta em defesa da Palestina como um todo.”

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