Na última sexta-feira (8), Dia da Mulher Trabalhadora, representantes de partido e organizações da esquerda pequeno-burguesa impediram que militantes do Partido da Causa Operária (PCO) e do coletivo de mulheres Rosa Luxemburgo falassem no carro de som na manifestação que ocorreu na Avenida Paulista, em São Paulo.
Frente a essa imposição, os militantes iniciaram um protesto exigindo direito de fala. Como resposta, a organização da manifestação pediu que a Polícia Militar de Tarcísio de Freitas (Republicanos) reprimisse as manifestantes do PCO e do Rosa Luxemburgo.
Com isso, a PM, inicialmente, fez um cordão tentando separar as militantes do coletivo do resto da manifestação. Depois, agrediu violentamente os membros do PCO, roubando seu tradicional faixão e detendo um de seus militantes.
Já na sexta-feira, o Diário Causa Operária (DCO) entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Estado de São Paulo exigindo esclarecimentos acerca da ação truculenta da PM. Após fornecermos vídeos comprovando nossas denúncias, a pasta demorou dias até, finalmente, fornecer uma resposta.
Sobre a denúncia do roubo do faixão, a Polícia Militar disse:
“Em relação ao ocorrido no primeiro vídeo, os policiais militares foram solicitados via microfone do carro de som pelos organizadores do evento , em que os participantes do PCO estariam utilizando a faixa para agredir as mulheres participantes da Manifestação. Foi comprovado pelos policiais o uso da faixa naquele momento, então foi retirada por estar sendo utilizada como arma, evitando assim risco de lesões corporais. Saliento que os participantes do PCO estavam truculentos e a filmagem registrou somente o momento em que os policiais retiraram a faixa e que nenhum indivíduo foi detido, pois nenhuma vítima se apresentou.”
Já sobre a denúncia envolvendo a detenção de um dos militantes do PCO, a pasta enviou a este Diário uma nota da PM datada de 26 de fevereiro deste ano que nada tem a ver com os acontecimentos da manifestação da última sexta-feira:
A Polícia Militar é uma Instituição legalista, e tem como missão a preservação da ordem pública, da defesa da vida, da integridade física e da dignidade da pessoa humana, estando diuturnamente à disposição para ajudar a sociedade paulista, em ações constantes de prevenção e combate ao crime, aumentando, desta forma, a sensação de segurança da população.
Informamos que, durante a manifestação de ontem (25), policiais militares notaram uma certa agitação entre pessoas, e um dos indivíduos implicados foi retirado do meio da aglomeração, a fim de se preservar a sua integridade física. Ele foi conduzido até um local seguro, submetido a revista pessoal, e após consulta de seus antecedentes criminais, foi liberado.
É importante destacar que a Polícia Militar tem a missão de preservar a ordem pública, garantindo o direito e a segurança dos participantes e das pessoas residentes nas áreas adjacentes, bem como do público flutuante da região.
26 de fevereiro de 2024
Em tempo – após a publicação deste artigo, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo encaminhou uma nova nota da Polícia Militar:
“A Polícia Militar esclarece que, no primeiro vídeo, foi acionada pelos organizadores do evento através do carro de som, relatando que participantes do ato estavam utilizando uma faixa para agredir mulheres. Os policiais confirmaram o uso da faixa como arma e a retiraram para evitar lesões. No segundo vídeo, durante outra manifestação, um envolvido foi retirado da multidão para garantir sua segurança, sendo conduzido a um local seguro para uma revista pessoal. Após consulta de seus antecedentes criminais, foi liberado. A PM ressalta que é uma instituição legalista e que sua corregedoria está à disposição para formalizar qualquer denúncia contra seus agentes.”