Ativistas de diversas cidades do Brasil se encontram neste domingo, 17 de dezembro, em São Paulo para mais uma importante atividade em apoio ao povo palestino.
“Vou participar porque acho que é impossível ficar calado diante do genocídio provocado pelos sionistas na Faixa de Gaza”, declarou o estudante Pedro Burlamaqui, da Aliança da Juventude Revolucionária (AJR) e do Partido da Causa Operária (PCO). Burlamaqui, que é de Brasília, se somará a pessoas de municípios como Crato, Florianópolis, Rio de Janeiro, Araraquara e Paraná, que vieram para a caminhada em protesto contra a morte das crianças palestinas.
O evento terá início às 9h, na Praça Oswaldo Cruz. Localizado no início da Avenida Paulista, o local já serviu de concentração para dois atos públicos em apoio ao povo palestino. Convocado pelo PCO, a caminhada acontecerá no momento em que o número de crianças mortas pelo Estado de “Israel” desde 7 de Outubro ultrapassará a cifra de oito mil.
Apesar de Hamas e “Israel” terem estabelecido um acordo de trégua de alguns dias, que permitiu a entrada de ajuda humanitária em Gaza e a libertação de mais de 150 prisioneiros palestinos, o morticínio em Gaza continua. O Estado de “Israel” segue cometendo crimes de guerra diários, atacando a população civil de maneira covarde, bombardeando hospitais, invadindo escolas e sequestrando médicos. Até o fechamento desta edição, 18.800 palestinos já haviam sido mortos, dos quais a maioria é composta por mulheres e crianças. A ofensiva israelense é tão brutal que um total de 60 jornalistas já perderam a vida desde o 7 de Outubro.
A sequência de calúnias produzidas pelos serviços de inteligência de “Israel” contra o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) indicam que o governo sionista pretende levar adiante o massacre contra os palestinos. A cada dia, surgem falsificações e acusações grotescas, como a de que os militantes islâmicos teriam estuprado mulheres israelenses – o que jamais foi comprovado por “Israel”. As tentativas desesperadas de jogar a opinião pública mundial contra o Hamas revelam que o governo sionista está buscando um pretexto para continuar com os seus crimes, muitos dos quais deixariam até Adolf Hitler espantado.
É por isso que os militantes do Partido da Causa Operária que participarão da caminhada também irão levar, como de costume, materiais do Movimento de Resistência Islâmica. Segundo integrantes da Loja do PCO, haverá uma banca para a comercialização de bandeiras e camisetas do Hamas, bem como a distribuição de panfletos, cartazes e adesivos em defesa do povo palestino.
Quem também promete levar a defesa do povo palestino para as ruas é a Bateria Zumbi dos Palmares, organizada pela juventude do PCO. O grupo tem estado presente em todas as manifestações de rua em solidariedade aos palestinos, sempre trazendo muita animação por onde passa. Entre as letras mais cantadas pela bateria, está a que defende abertamente os grupos armados do Oriente Médio:
“Em 79 foi o Irã, em 2000 o Hesbolá, em 21 o Talibã, agora é a hora do Hamas”.
A letra faz referência à Revolução Iraniana de 1979, que derrubou o xá Reza Pahlavi, à vitória do partido libanês Hesbolá em 2000, contra as forças armadas de “Israel” e à expulsão das tropas norte-americanas do Afeganistão pelo Talibã.
Outro grito de guerra constantemente ecoado pelos integrantes da Bateria Zumbi dos Palmares é aquele cantado em praticamente todos os atos no Brasil:
“Estado de ‘Israel’, Estado assassino! E viva a luta do povo palestino!”.
A caminhada também será uma resposta do movimento de solidariedade à luta palestina à crescente repressão dos sionistas contra os apoiadores de nossos irmãos árabes. Em todo o mundo, os aliados de “Israel” estão promovendo uma censura cada vez mais explícita, como forma de tentar inibir o desenvolvimento das manifestações em apoio aos palestinos. No Brasil, os casos mais marcantes são as decisões judiciais liminares que exigiram a retirada de postagens do jornalista Breno Altman, do Partido dos Trabalhadores, sob pena de multa, e os pedidos de investigação, impetrados por figuras públicas bolsonaristas, incluindo 27 deputados, de dirigentes do Partido da Causa Operária.
Entre aqueles que participarão da manifestação deste domingo, está Tiago Pires, de Araraquara, Candidato a prefeito da cidade paulista pelo PCO em 2020, Pires foi preso recentemente por colar cartazes contra o genocídio na Faixa de Gaza.
Sobre a prisão, Tiago Pires afirmou, em entrevista ao programa Tição – programa de preto, da Causa Operária TV:
“A gente ficou numa cela pequena, era tudo branco, tinha uma luz muito forte, não tinha colchão e nem água. A gente ficou ali desde uma hora da manhã até seis horas com um barulho de máquina na cabeça e da água que fica girando no “boi” (vaso sanitário sem acento). Foi uma verdadeira tortura, tivemos que dormir no chão duro frio”.
O tema central da passeata – o assassinato de crianças – é uma das maiores causas de revolta em todo o mundo. A cada dia, uma média de 110 crianças perdem a vida para a ofensiva israelense, que não tem outro objetivo que não a expulsão do povo palestino. A morte das crianças, que revela que os planos de “Israel” não são “se defender” dos “terroristas”, mas sim promover a limpeza étnica de todo um território, é apenas a parte mais aguda de uma crise humanitária muito profunda. Segundo dados recentes, já ocorreram cerca de 60 mil casos de diarreia em crianças menores de cinco anos e mais de 160 mil casos de infecções respiratórias agudas desde a ofensiva israelense. “Sarna, erupções cutâneas, catapora e até meningite estão aumentando, juntamente com traumas graves e lesões na coluna vertebral”, afirma a Organização das Nações Unidas.
Diante do massacre em curso do povo palestino, não é possível ficar de braços cruzados. Por isso, é hora de sair às ruas em protesto contra os crimes de “Israel”. Neste domingo, para quem estiver em São Paulo, a partir das 9h, só há um local para ir: a Praça Oswaldo Cruz, de onde sairá a caminhada contra o assassinato de crianças palestinas, que irá gritar contra o Estado assassino de “Israel” pela Avenida Paulista até seu destino, o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, o MASP.