“O nível de desagregação das forças armadas ucranianas é tão grande que russos estão passando automaticamente à ofensiva”, analisou Rui Costa Pimenta, presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), em sua participação mais recente no Análise Internacional. Segundo Pimenta, embora os russos ainda não tenham organizado uma “ofensiva geral”, a situação dos ucranianos seria tão ruim que “a ação militar passa, naturalmente, da defensiva para a ofensiva”.
A edição de n.º 180 da Análise Internacional, contudo, não teve a guerra da Ucrânia como seu primeiro tema. O programa, que vai ao ar todas as segundas-feiras e conta também com o comandante Robinson Farinazzo, abriu a última edição com um dos assuntos mais comentados do último domingo (10): a posse do presidente argentino Javier Milei.
Para o presidente do PCO, as ameaças de uma política de “choque” por parte do novo presidente argentino são reais. “Isso é o que a gente pode esperar, que vai ser uma política de choque contra os trabalhadores”, afirmou Pimenta. Para o militante trotskista, embora seja preciso “esperar para ver como as coisas vão se desenvolver”, o conflito entre os trabalhadores e o presidente de extrema-direita “são favas contadas”.
Já o comandante, para quem o governo de Milei será um “experimento frankstênico“, aproveitou o debate sobre a posse do argentino para criticar o neoliberalismo. “É a desumanização completa da forma de governar, é o abandono de toda e qualquer preocupação social”.
Da Argentina, o programa passou a debater a situação na Inglaterra, onde seis milhões de pessoas terão de decidir se irão pagar para se aquecer durante o inverno ou para ter comida. Farinazzo alegou que essa situação já estava estabelecida havia anos, de tal forma que era comum famílias passarem o dia em lanchonetes para não morrerem de frio. Contudo, a situação se agravou muito com a guerra na Ucrânia: “esse excedente que havia em função, principalmente, da energia barata que eles compravam da Rússia, acabou”. Rui Pimenta corroborou com a análise do comandante, contando que, na época em que morou no país europeu, era necessário fazer racionamento de energia. “Depois que passou o furacão da Margaret Thatcher, a situação se tornou muito pior”.
Após debaterem a situação na Inglaterra, Pimenta e Robinson passaram à discussão da crise política em que se encontra outro país imperialista anglo-saxão: os Estados Unidos. De acordo com pesquisas recentes, se as eleições presidenciais ocorressem hoje, o vencedor seria o ex-presidente Donald Trump. “Essa situação eleitoral coloca em perspectiva uma grande crise política nos Estados Unidos”, disse o presidente do PCO, para quem “ou essa crise política vai acontecer antes da eleição, com uma tentativa muito forte e muito escandalosa de impedir que Trump ganhe a eleição, ou então teremos uma crise depois da vitória de Trump”. O comandante Robinson demonstrou acordo, afirmando que, caso as eleições norte-americanas “fossem honestas”, o vencedor seria o pré-candidato republicano.
Dos Estados Unidos, Pimenta e Farinazzo passaram, enfim, a discutir a situação da Ucrânia – que, inclusive, rendeu o título daquela edição do programa: “Ofensiva russa?” O primeiro a comentar foi o comandante, afirmando que “não há como tapar o sol com a peneira, a situação [da Ucrânia] vai degringolar”. O analista militar ainda acrescentou que Putin deverá aumentar a intensidade da operação próximo às eleições presidenciais em seu país, que estão previstas para março de 2024. “A Rússia vai fazer o possível para humilhar Biden para fazê-lo perder as eleições. Se Biden perder a guerra da Ucrânia, será o primeiro presidente da história dos Estados Unidos a perder duas guerras”.
Na metade seguinte do programa, Pimenta e Farinazzo comentaram vários aspectos do conflito entre as forças armadas israelenses e a resistência palestina. Para não perder um único detalhe do que foi dito, assista ao programa na íntegra no canal do Diário Causa Operária