Após semanas de intensa demagogia e crescentes tensões na região, Israel agora planeja uma ação que tem gerado grande controvérsia até mesmo na sua população. O governo israelense está considerando a possibilidade de inundar os túneis sob a Faixa de Gaza, alegadamente utilizados pelo grupo militante Hamas. A medida, reportada pelo jornal “The Wall Street Journal” nesta terça-feira (5), visa a expulsar o grupo que, supostamente, usa essas passagens subterrâneas como esconderijo e base.
O plano envolve o bombeamento de água do Mar Mediterrâneo da costa de Gaza para inundar os túneis, uma tática que, segundo fontes do governo dos Estados Unidos, poderia ser concluída em questão de semanas.
A controvérsia em torno do plano está relacionada sobretudo à incerteza quanto à presença de reféns nos túneis. Alguns relatos sugerem que os grupos de israelenses mantidos pelo Hamas podem estar sendo mantidos nessas passagens subterrâneas.
O jornalista americano Max Blumenthal, editor-chefe do The Grayzone, também contribui para a complexidade do cenário ao desmascarar as mentiras da máquina de propaganda sionista. Em uma entrevista conduzida por Chris Hedges, Blumenthal expõe contradições na história oficial israelense sobre o dia 7 de Outubro, quando o Hamas liderou sua ação revolucionária. Isto é relevante na medida em que uma das principais denúncias é a de que Israel teria matado seus próprios civis para evitar que eles fossem mantidos reféns pelo Hamas.
A versão oficial, conforme apresentada pelo governo israelense, descreve os “terroristas” do Hamas invadindo o sul de Israel, cometendo atos brutais e desencadeando um gigantesco tiroteio em massa. Segundo Blumenthal, a ofensiva do Hamas no dia 7 de Outubro tinha como principal objetivo fazer reféns, especialmente soldados israelenses, para possibilitar uma troca de prisioneiros palestinos encarcerados nas prisões israelenses.
Ele também destaca que muitas das mortes nesse dia resultaram de ataques das forças armadas de Israel, e cita a chamada Diretriz Aníbal, uma política que autoriza comandantes israelenses a matar seus próprios soldados para evitar que se tornem reféns.
Essa atitude de Netanyahu é absurda. Os próprios israelenses estão se revoltando contra a política de “não podemos salvar todo mundo” promovida pelo governo. Isto porque não é uma análise realista, mas sim de quem realmente não se importa com coisas que não sejam do puro interesse da burguesia sionista e do imperialismo.
Chegou-se a um ponto em que a questão não é mais as acusações falsas de Israel contra o Hamas, mas sim diz respeito a uma tentativa de assassinato aberta proposta por Netanyahu, não só do grupo palestino, mas de seus próprios civis.
Um israelense chamado Dani Miran, cujo filho Omri estava entre os reféns, disse que estava tão revoltado que saiu no meio da reunião.
“Eu não vou entrar em detalhes do que foi discutido, mas toda esta performance foi feia, insultuosa, confusa […]” disse ao Canal 13, de Israel.
“Eles dizem, ‘nós fizemos isso, nós fizemos aquilo’. Sinwar [Líder do Hamas de Gaza] é quem devolveu o nosso povo, não eles. Me irrita que eles digam que ditaram as coisas. Eles não ditaram um único movimento.”
Enquanto isso, o bombardeio incessante continua em Gaza, matando milhares de crianças, mulheres, idosos e soldados que há 75 anos lutam para tentar se soltar das amarras do sionismo. Mesmo que o Hamas não use os famosos túneis, é inegável que a inundação deles irá causar graves danos às cidades em Gaza.