Desde a escalada do conflito no Oriente Médio envolvendo principalmente o Estado de Israel e a Palestina, a esquerda brasileira tem se colocado a favor de que o presidente Lula rompa relações diplomáticas e consequentemente comerciais com o governo de Netanyahu. A posição, que já seria correta do ponto de vista da política internacional, pois pressionaria o enclave imperialista a parar o genocídio contra os palestinos, também seria uma boa notícia para a economia brasileira, até porque essas transações bilaterais entre os dois países são desfavoráveis para o Brasil.
Um artigo escrito pelo deputado federal Floriano Pesaro, PSDB, no início deste ano, aponta que: “Brasil e Israel possuem uma balança comercial avaliada em US$ 1,7 bi, sendo historicamente deficitária do lado brasileiro, o que representa a exportação de soja, carne e milho, e a importação de fertilizantes e materiais de alta tecnologia – que, naturalmente, pelo valor agregado, possuem um custo maior resultando na balança deficitária.”
Isso mostra para aqueles que vivem a dizer que o governo brasileiro precisa manter suas relações com o Estado de Israel, por conta das relações comerciais, é uma falácia sem tamanho. Ao romper relações com Israel, o Brasil deixaria de ter um prejuízo de mais de 1 bilhão de dólares. Apesar de Israel ser o único país fora da América Latina a manter livre comércio com o Mercosul, Chile, Bolívia e Colômbia romperam relações diplomáticas com os israelenses.
É preciso se perguntar por que o Brasil compra mais do que vende para Israel, que é um país pequeno. O Brasil não precisa comprar alimentos de Israel, por exemplo, para satisfazer a sua população. Muito pelo contrário, eles é que precisam comprar isso dos brasileiros. O que o Brasil tem comprado de Israel é tudo que não precisamos por aqui neste momento, que são armas, munições e equipamentos militares para a polícia.
Aliás, todo esse material bélico é para ser usado contra a própria população brasileira. No Brasil, temos a polícia que mais mata no mundo inteiro e essas estão sendo equipadas e armadas justamente através deste comércio. Não é segredo para ninguém o que as polícias no Brasil fazem quando invadem as favelas, as chacinas são sistematizadas.
Diante do genocidio em marcha na Faixa de Gaza, o governo brasileiro deveria imediatamente romper essas relações com Israel e ainda denunciar onde puder os crimes de guerra que estão sendo orquestrados pelo imperialismo através do Estado sionista de Israel contra a população palesitna. Um governo de esquerda, eleito pela população trabalhadora, não deve ficar neutro diante de tanta brutalidade criminosa que acontece na Faixa de Gaza neste momento.