Ato de Dissuasão das Forças Inimigas e Habilitação de Defesas Nacionais
Os EUA vão supervisionar Israel, mais nove países árabes, no estabelecimento de um sistema integrado de defesa aérea para combater o Irã. Essa foi a proposta de 10 Congressistas americanos, dos partidos Republicano e Democrata, tornada pública, The bipartisan, bicameral Deterring Enemy Forces and Enabling National Defenses (DEFEND) Act [A bipartidária e bicameral Lei de Dissuasão de Forças Inimigas e Habilitação de Defesas Nacionais (DEFEND)].
O projeto de lei autorizará o Pentágono a cooperar com Israel, Bahrein, Egito, Iraque, Kuwait, Jordânia, Catar, Omã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos no desenvolvimento e implantação de defesas aéreas, de mísseis integrados contra a suposta ameaça representada pelo Irã.
O projeto de lei conta com o apoio de 10 congressistas de ambos os partidos políticos. Os democratas Jacky Rosen (Nevada), Cory Booker (Nova Jersey), Joni Ernst (Iowa) e James Lankford (Oklahoma) o apresentaram no Senado. Enquanto isso, os democratas Brad Schneider (Illinois), David Trone (Maryland) e Jimmy Panetta (Califórnia) uniram forças com os republicanos Cathy McMorris Rodgers (Washington), Ann Wagner (Missouri) e Don Bacon (Nebraska) na Câmara dos Representantes.
Os 10 congressistas são membros da Bancada “Acordos de Abraão”, nome que faz menção aos acordos entre Israel, Emirados Árabes Unidos e Barein, além de Sudão e Marrocos, a fim de “pacificar” as relações entre esses países. Esses acordos foram assinados entre Agosto e Dezembro de 2020, durante o mandato de Donald Trump.
De acordo com Schneider:
“O Irã está na linha de um metro em sua busca por uma arma nuclear, e está ameaçando nossos aliados na região de várias outras maneiras. Fortalecer nossos aliados, construindo unidade e reforçando as capacidades de segurança compartilhada, é fundamental para enfrentar as ameaças iranianas à região. A liderança dos EUA, no desenvolvimento de defesa aérea e de mísseis integrada, forneceria segurança, estabilidade e uma defesa unificada à região. A Lei DEFEND é um exemplo primordial do importante trabalho bipartidário e bicameral que o Congresso deve priorizar em nossa busca pela paz e estabilidade regionais”.
De acordo com Bacon:
“A segurança de nossos parceiros no Oriente Médio é importante para a segurança nacional dos EUA e é imperativa na esteira de um regime iraniano cada vez mais violento. Um sistema integrado de defesa aérea e de mísseis é fundamental para combater os ataques do Irã e seus proxies e melhorar a estabilidade regional. A defesa aérea também é um multiplicador de força. Quando nossos aliados e parceiros podem se defender, isso oferece alívio às forças americanas.”
Para Panetta:
“Mesmo que continuemos a negociar com o Irã, a agressão iraniana contra nossos parceiros no Oriente Médio continua com mísseis e ataques avançados de drones. É por isso que tenho orgulho de me juntar aos meus colegas bipartidários e bicamerais na introdução do Ato DEFEND. Esta legislação forneceria um sistema integrado de defesa aérea e de mísseis para não apenas proteger os céus no Oriente Médio, mas também apoiar e proteger nossos parceiros e sua parceria em seus esforços pela paz.”
American Israel Public Affairs Committee (AIPAC)
“O Ato DEFEND avança as oportunidades estabelecidas pelos Acordos de Abraão, e ressalta o papel essencial do Congresso no apoio a um novo futuro para o Oriente Médio. Ao direcionar uma abordagem estratégica para a defesa cooperativa de mísseis e a coordenação contra o UAV, esta legislação fortalece a parceria EUA-Israel à medida que aumenta a cooperação regional contra ameaças comuns à segurança.”
Comitê Judaico Americano (AJC)
“Os Acordos de Abraão abriram novas linhas de colaboração, permitindo aos governos novos recursos e novos aliados para enfrentar desafios regionais — desde a agressão do Irã e ambições nucleares até o extremismo religioso, incitação e agitação política. Uma estratégia dos EUA que delineia a cooperação potencial em aquisição militar, defesa de mísseis pode dar aos principais aliados e parceiros emergentes os incentivos e ferramentas para enfrentar esses desafios juntos.”
Congresso Judaico Americano
“O Ato DEFEND apresenta uma visão necessária para uma nova arquitetura de segurança no Oriente Médio – uma que se baseia proativamente nos notáveis desenvolvimentos diplomáticos que temos visto entre Israel e parceiros árabes. Ao promover a integração das capacidades de defesa entre nossos aliados e parceiros do Oriente Médio, os Estados Unidos podem incentivar ainda mais esses esforços cooperativos impressionantes. Este projeto de lei contribui para nossas prioridades de segurança nacional, salvaguarda Israel e defende nossos aliados cruciais na região. Mais importante, combate a crescente ameaça militar representada pelo Irã, na sua fonte. “Somos gratos pela liderança de Sens. Ernst, Rosen, Booker, Lankford, e os representantes McMorris Rodgers, Schneider, Bacon, Panetta, Trone e Wagner que estão trabalhando para tornar esta legislação realidade. Além disso, pedimos a todos os Congressos que dêem ao Ato DEFEND a aprovação rápida, justa e necessária que ele merece.”
Fundo de Ação Dos Cristãos Unidos por Israel (CUFI)
“O Irã é a ameaça central não só para Israel, mas para todos os países da região que se opõem aos objetivos malignos do regime radical de Teerã. Tomar as medidas necessárias em direção a um plano regional de defesa antimísseis é fundamental para combater o Irã e é mais um golpe contra aqueles que se opõem à normalização com Israel.”
Ação FDD
“A Ação FDD apoia as metas políticas incluídas na Lei de Dissuasão das Forças Inimigas e Na Ativação das Defesas Nacionais (DEFEND). A legislação fornecerá aos EUA e aliados no Oriente Médio uma estratégia coordenada para tecnologias de sistemas de aeronaves não tripuladas. Como parte da extensão dos Acordos de Abraão, os EUA devem continuar a iniciar, desenvolver e melhorar as relações militares entre os EUA, Israel e outros aliados e parceiros dos EUA na região. A defesa integrada contra a ameaça de sistemas de aeronaves não tripuladas deve ser perseguida conjuntamente e esta legislação começaria a estabelecer isso como política dos EUA.”
Hadassah, Organização Sionista Feminina da América
“O apoio dos EUA à defesa de Israel é fundamental para a construção da paz e da prosperidade no Oriente Médio. Hadassah aplaude os senadores Ernst, Rosen, Lankford e Booker e os representantes Trone, Wagner, Bacon, Panetta, McMorris e Schneider por introduzirem a Lei DEFEND, que fortalecerá a defesa cooperativa entre aliados estratégicos no Oriente Médio para proteger Israel e seus vizinhos contra ameaças crescentes do Irã e seus proxies.” (aliados).
Federações Judaicas da América do Norte (JFNA)
“Os Acordos de Abraão são o avanço mais significativo para a paz entre as nações do Oriente Médio e do Golfo Pérsico em décadas, e merecem o apoio mais forte possível dos Estados Unidos. As Federações Judaicas da América do Norte apreciam profundamente a liderança bipartidária do Congresso Abraham Accords Caucus e apoiam fortemente seu esforço para expandir e fortalecer as relações significativas entre Israel e seus vizinhos. Esperamos as valiosas recomendações que esta legislação produzirá para expandir essas relações para além do domínio da cooperação econômica e para ameaças compartilhadas e interesses estratégicos dos EUA na região.”
Instituto Judaico para Segurança Nacional da América (JINSA)
“Os Estados Unidos têm um interesse fundamental em fortalecer os Acordos de Abraão, um dos maiores desenvolvimentos do Oriente Médio em décadas. Como a JINSA recomendou no início deste ano, uma maneira de isso ser feito é aumentando a capacidade dos parceiros mais capazes do Oriente Médio da América de trabalhar juntos para se defender contra ameaças compartilhadas no domínio aéreo, especialmente a crescente ameaça de mísseis e drones representada pelo Irã e seus proxies terroristas. Aplaudimos a Câmara e o Senado Abraham Accords Caucuses por sua liderança na introdução da Lei DEFEND, que será um passo importante para garantir que os acordos alcancem todo o seu potencial.”
Conselho Atlântico
“O Ato de Dissuasão das Forças Inimigas e Ato de Defesas Nacionais (DEFEND) de 2022 representa uma iniciativa bipartidária crítica, liderada pelos Caucus do Senado e da Câmara dos Deputados, para promover e aprofundar a coordenação regional de mísseis cooperativos e de defesa aérea entre os principais aliados e parceiros dos EUA no Oriente Médio. O projeto de lei ressalta o contínuo imperativo e a priorização do engajamento dos EUA na região e, além disso, mostra a crescente capacidade do processo de normalização para transformar as relações regionais e a integração da segurança.”
Sionismo, um movimento de pilhagem
O sionismo é um movimento de extrema-direita que visa um Espaço Vital para o povo judeu, centrada no território da Palestina. O criador do movimento sionista é Theodor Herzl, considerado o “Visionário do Estado de Israel”, mencionado na Declaração de Independência , também é conhecido como “o pai espiritual do Estado judeu”, que deu concretude ao movimento sionista.
Em seu livro intitulado “O Estado Judeu” [1], Herzl propõe:
“Entre as objeções importantes, figura a de que a miséria dos judeus não é a única do mundo. Eu creio que, em todo caso, devemos por mãos à obra para fazer desaparecer um pouco da miséria, ainda que se trate, por enquanto, somente da nossa própria. Além disto, pode-se dizer que não devemos introduzir novas diferenças entre os homens nem erigir novas barreiras mas que, em vez disto, deveríamos fazer desaparecer as antigas. Estou convencido de que aqueles que pensam assim são amáveis sonhadores: mas o pó de seus ossos terá sido dispersado pelos quatro ventos enquanto a ideia da pátria ainda florescerá. A fraternidade universal não é sequer um belo sonho. O inimigo é necessário para os mais altos esforços da personalidade. Como? Dado que os judeus já não terão nenhum inimigo em seu próprio Estado e como, vivendo folgadamente, se debilitariam e deteriorariam, justamente então o povo judeu iria desaparecer por completo? Creio que os judeus sempre terão muitos inimigos, como qualquer outra nação. Mas, quando estiverem radicados em sua própria terra, jamais poderão ser dispersos pelo mundo inteiro. Não se pode repetir a diáspora enquanto não se destruir toda a cultura deste mundo. A cultura atual dispõe de recursos suficientes para se defender“. (grifos nossos)
Herzl, detinha um plano que foi posto em prática baseado na pilhagem e no saque de todos os recursos do povo judeu do mundo inteiro:
“A Jewish Company se encarregará da liquidação de todas as fortunas dos judeus imigrantes e organizará a vida econômica no novo país. Como já se disse, a emigração dos judeus não deve ser concebida como repentina, mas será um processo gradual, que durará décadas. Primeiro, irão os mais pobres e lavrarão pela primeira vez a terra. Seguindo um plano preestabelecido, construirão estradas, pontes, ferrovias e uma rede telegráfica, regularão os cursos dos rios e estabelecerão eles mesmos seus lares. Seu trabalho criará, inevitavelmente, possibilidades de comércio; o comércio fará surgirem mercados, e os mercados atrairão novos imigrantes para o país. Todos chegarão por vontade própria, por sua própria conta e risco. O trabalho que investirem na terra fará o valor da mesma subir. Os judeus não tardarão em dar-se conta de que se abriu diante deles um campo novo e duradouro, onde poderão exercitar seu espírito empreendedor, que até então havia sido odiado e desprezado”. (HERZL, 1997).
Como é possível ser visto, há um plano claro e evidente de escravizar os judeus mais pobres para dar lugar aos judeus dominantes, de pele clara e traços europeus. Trata-se de um projeto eugenista e inclui a substituição de uma população por outra, operando desde o início um sistema opressor e de exploração da mais-valia, sem dissimulação de economistas clássicos como David Ricardo:
“Se quisermos edificar, não construiremos habitações lacustres desoladas, mas edificaremos conforme o estilo usado atualmente. Levantaremos construções mais arrojadas e confortáveis que as conhecidas até agora. Porque dispomos de meios que não existiram durante a história. Nossas camadas economicamente inferiores serão seguidas àquela terra pelas imediatamente superiores. Os que se encontram mais próximos do desespero irão primeiro. Seus guias serão nossos intelectuais médios, que são perseguidos por toda parte e que produzimos em excesso”. (HERZL, 1997).
O Protocolo Herzl também prepara o momento para organizar o novo Estado, com base em adesão de outros Estados e ter soberania contra o antissemitismo e garantias oficiais para organizar as suas livres formas de exploração, e intenção de impor a cultura judaica ao mundo, não somente deu entorno:
“Então, se os governos se mostrarem dispostos a conceder ao povo judeu a soberania de algum território neutro, a Society entabulará discussões sobre o território que haverá de ser tomado como possessão. Dois países devem ser levados em consideração: Palestina e Argentina. Em ambos os países foram feitos notáveis tentativas de colonização, baseadas no princípio equivocado da infiltração paulatina dos judeus. A infiltração tem que acabar mal, pois chega inevitavelmente o instante em que o governo, sob a pressão exercida pela população que se sente ameaçada, proíbe a imigração de judeus. Por conseguinte, a emigração só tem sentido quando sua base for nossa soberania garantida. A Society of Jews entabulará negociações com as atuais autoridades supremas do país, e sob o protetorado das potências europeias, se a estas o assunto parecer plausível. Podemos proporcionar enormes benefícios ao atual governo, assumindo uma parte das dívidas públicas, construindo vias de comunicação, que nós mesmos precisamos, e muitas outras coisas. Mas o simples nascimento do Estado judeu será proveitoso para os países vizinhos, posto que, em larga ou em pequena escala, a cultura de uma região eleva o valor das regiões que a rodeiam“. (HERZL, 1997, grifos nossos).
Em todo manual se encontrará a planificação da economia, com base na exploração máxima do trabalho, mas travestida em benfeitorias aos trabalhadores que ele chama de “braçais”, até mesmo estabelecendo jornada de trabalho de 7 horas, mas deixando claro que os trabalhadores braçais não participam da vida política do país e está livre para ampliar a jornada de acordo com a demanda, já que a Jewish Company é uma sociedade por ações que visará ampliar a capacidade de comunicações e mobilização da força de trabalho para sustentar a burocracia do Estado, livre para o empreendimento.
Para concluir, não existem sionistas de esquerda
Diante do projeto geopolítico de Herzl, não resta dúvidas que o sionismo é um movimento de extrema-direita, voltado à ocupação de territórios alheios, por todos os meios disponíveis, seja por propaganda, colonização, diplomacia, difusão de ideologia, comunicações e sistemas de transportes e, principalmente, a substituição de população por outra. É com base em Herzl, entre outros ideólogos mobilizados economicamente pela compulsão pela acumulação, que Israel se tornou a grande joia para organizar crimes e justificá-los, como a aliança militar contra o Irã, cercando o país dos persas, a fim de pilhá-lo. O judaísmo militante sionista nunca quis somente a Palestina, mas, o mundo, as riquezas, as pessoas e avançará ad infinitum se o mundo não se insurgir contra a ditadura sionista imperialista.
No próximo artigo (o próximo para o Blog Internacionalismo) escreverei sobre a resposta do Irã e os planos anti-imperialistas para derrotar a ditadura sionista, uma resposta necessária para impor maior crise ao regime de exceção, genocida e de pilhagem de Israel.
Notas
[1] HERZL, Theodor Herzl. O Estado Judeu [1895]. Edição comemorativa ao 49º Aniversário do Estado de Israel – Maio de 1997. Tradução: Dagoberto Mensch. Digitado por: Iba Mendes