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Universidade Marxista

A única vanguarda da revolução é a classe operária

Na quarta aula do curso "O que é o Marxismo e o que não é", Rui Costa Pimenta demonstra por que o marxismo é uma ciência e como os pseudo-marxistas não compreendem esse fato

Nessa quinta-feira (6), como parte das atividades do 48º Acampamento de Férias da AJR, ocorreu a quarta aula do curso “O que é o marxismo e o que não é”, que está sendo ministrado pelo presidente nacional do PCO, Rui Costa Pimenta, e transmitido ao vivo pela plataforma da Universidade Marxista.

O curso está sendo acompanhado ao vivo por centenas de pessoas, que estão tendo a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos a respeito do marxismo, além de tirar dúvidas diretamente com Rui Pimenta.

Nesta quarta aula, o tema debatido foi “A ciência histórica de Marx”. Durante a aula, foram expostas questões centrais do pensamento marxista e colocadas em contraste com os pensamentos da esquerda pseudo-marxista.

Para explicar bem essa questão, Rui citou Engels, que considera que as grandes conquistas científicas do Marxismo foram duas: primeiramente, a explicação sobre o funcionamento da mais-valia, e, em segundo lugar, o estabelecimento das leis do desenvolvimento histórico da humanidade, este segundo ponto é o que foi tratado na aula em questão.

Primeiramente, Rui esclarece uma grande confusão da esquerda pequeno-burguesa com relação a essa questão, que não aceita o fato de que a história e seu desenvolvimento são regidos por leis. Essa negação da parte da esquerda implica em uma negação do marxismo enquanto ciência.

É por causa disso que a esquerda, particularmente aquela mais acadêmica, tem o hábito de falar de vários “marxismos”, como se o termo englobasse diversas teses filosóficas ou pontos de vista individuais. Para esses grupos, há vários tipos diferentes de marxismo: trotskismo, stalinismo, gramscismo, escola de Frankfurt e outros. Alguns chegam ao ponto de misturar essas diversas filosofias e “criar” seu próprio marxismo individual. No entanto, é óbvio que Marx não pensava assim. A intenção dele era a de desenvolver efetivamente uma ciência, o que não é feito através dessa mistura e confusão de supostos “marxismos”.

O que Marx estabeleceu é que, para sobreviver, os seres humanos precisam participar de uma produção social, algo que envolve sua relação com outros seres humanos. Ao entrar na vida em sociedade, os seres humanos entram em relações definidas, trabalhando em conjunto para sobreviver. Dessa forma, a sociedade humana vai ficando cada vez mais complexa.

Outra questão é que as relações entre as pessoas ocorrem independente de sua vontade. Os seres humanos são escravos das circunstâncias em que são colocados no mundo. Essa ideia também é rejeitada pelos pseudo-marxistas, que não conseguem aceitar o fato de que tudo é determinado pelas leis da história.

As relações entre as pessoas são a estrutura da sociedade, que não é definida pela vontade das pessoas, mas por um fator objetivo: o estágio de desenvolvimento das forças produtivas. O que causa a mudança da sociedade é o progresso das forças produtivas, que evoluem no sentido de aumentar sua capacidade e outros fatores. Essa evolução é também a evolução do ser humano, cuja evolução material também ocasiona evolução intelectual, moral e de todos os outros tipos. Nesse sentido, a única forma de evolução do ser humano é a material.

Outra questão incompreendida pelos pseudo-marxistas e que foi explicada durante a aula é a luta de classes. Primeiramente, é correto que toda sociedade de classes é contraditória e que suas classes estão sempre em conflito. O conflito é sempre o mesmo, o que muda é apenas a sua forma. A luta de classes é o aspecto econômico da estrutura da sociedade.

No entanto, os pseudo-marxistas têm uma confusão sobre o que é a luta de classes. Para eles, a luta de classes é apenas aquela entre o pobre coitado e o rico opressor. No entanto, não é sempre assim. Um caso que serve para compreender esse processo é o da sociedade feudal.

Durante o feudalismo, a luta de classes fundamental era entre a burguesia e a decadente aristocracia feudal. A burguesia, no entanto, é uma classe possuidora e rica. Naquele momento, a burguesia era mais rica do que os aristocratas, inclusive.

Durante a Revolução Francesa e as outras revoluções que ocorreram nessa época na Europa, quem derrubou a aristocracia foi a burguesia, ainda que houvesse participação do campesinato pobre e da pequena-burguesia. A participação das outras classes se dá porque há uma atração que a classe revolucionária exerce sobre a sociedade e sobre as pessoas que querem se envolver com a política revolucionária.

No período atual, quem liderará a revolução será a classe operária, pois esta é a classe que representa a mudança econômica que levará o capitalismo ao seu fim. Isso não ocorre porque os operários são pobres. Há outras classes que são, muitas vezes, até mais pobres do que os operários, como os camponeses, mas que não têm a capacidade de fazer a revolução.

É evidente que se pode ajudar os mais pobres, mas não quer dizer que seja uma ação revolucionária. A luta de classes é um problema econômico e não moral. No que diz respeito a esses setores, quando chegar o momento da revolução, eles estarão agrupados com a classe operária, que irá liderar a todos em direção ao socialismo.

Esses temas e muito mais foi discutido durante a quarta aula do curso. Para se aprofundar melhor, basta acompanhar as aulas ao vivo pela página unimarxista.org.br. Também é possível se direcionar ao Acampamento da AJR e acompanhar a última aula do curso ao vivo.

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