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Manifestações de classe média

Imperialismo prepara uma revolução colorida no México?

Após ataque de Obrador contra Instituto golpista que controla as eleições, imperialismo impulsiona atos em todo o país

Manifestação no México

O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, acaba de aprovar uma lei reduzindo o orçamento e o alcance do Instituto Nacional Eleitoral (INE), órgão supostamente responsável por fiscalizar e organizar as eleições no México.

A medida desagradou o imperialismo, que busca realizar uma intensa campanha contra López Obrador, chegando ao ponto de impulsionar manifestações de rua como a que ocorreu na praça Zócalo, localizada no centro da Cidade do México, no último domingo (26). Segundo matéria do jornal O Globo, houve ainda manifestações em outras cem cidades do país com a palavra de ordem “no meu voto não se mexe”.

O projeto de lei já foi aprovado pelo Senado e agora o imperialismo procura pressionar a Suprema Corte mexicana para que esta considere a lei inconstitucional até as presidenciais de 2024.

O projeto de lei é uma das principais bandeiras defendidas por López Obrador desde que foi eleito, em 2018. O presidente mexicano ataca o INE desde 2006, quando perdeu as eleições para Felipe Calderón, candidato da direita conservadora, por 0,6 ponto percentual. Após a vitória de Calderón, López Obrador chamou o povo às ruas para defender sua candidatura, chegando até a realizar uma cerimônia de posse própria.

O INE é uma forma que a burguesia mexicana, pressionada pelo imperialismo, encontrou de interferir nas eleições. Trata-se de uma instituição antidemocrática que fiscaliza as doações realizadas e tem o poder, inclusive, de impugnar candidaturas consideradas irregulares. O Instituto também é responsável pela emissão de títulos de eleitores e pela organização de locais de votação.

A lei de López Obrador irá diminuir 85% da verba destinada ao INE, além de flexibilizar as regras para a aprovação de novas candidaturas, reduzir a pena para quem violar limites de financiamento e diminuir o período de organização das campanhas eleitorais.

López Obrador afirma que o INE é uma instituição corrupta, tomada por políticos conservadores. Um comitê do Congresso, no qual o partido do presidente, Morena, tem maioria, irá escolher quatro dos 11 representantes do conselho do INE, procurando reduzir a capacidade golpista do Instituto. A crise segue se intensificando, com ataques de López Obrador ao presidente do INE, o presidente mexicano chegou a chamá-lo de “racista” e “farsante” em algumas de suas entrevistas. Também afirmou que o Instituto tem um passado de envolvimento com fraudes eleitorais.

Ainda que López Obrador tenha sido eleito como um nacionalista extremamente moderado, semelhante a Alberto Fernández, na Argentina, a crise com o INE demonstra como a sua política tem entrado em choque com o imperialismo. Neste caso, não se trata de nenhuma política revolucionária, nem nada do tipo. É evidentemente apenas uma tentativa do presidente diminuir a pressão e o controle que o imperialismo exerce sobre as eleições no país, buscando impedir que as próximas eleições sejam fraudadas contra ele.

Não foi a primeira vez que uma de suas medidas desagradou o imperialismo. Em abril do ano passado, López Obrador já havia nacionalizado todas as reservas de lítio do México. E, em fevereiro deste ano, completou o processo assinando um decreto que transfere a responsabilidade das reservas do mineral para o Ministério de Minas e Energia do México. O presidente também afirmou que serão revisadas as concessões de todas as empresas estrangeiras que vinham realizando a mineração do lítio até então. Durante evento em que assinou o decreto, López Obrador afirmou: “O que estamos fazendo agora é nacionalizar o lítio para que não possa ser explorado por estrangeiros da Rússia, China ou Estados Unidos”.

Além disso, López Obrador também tem implementado uma política externa de apoio a Cuba e, em menor medida, à Rússia. Ele já classificou o bloqueio do imperialismo a Cuba como “desumano” e “medieval”. Também se recusou a participar da Cúpula das Américas, que ocorreu em junho do ano passado, por não terem sido convidados Cuba, Venezuela e Nicarágua. Em fevereiro deste ano, fez elogios aos médicos cubanos, que atuam em seu país, além de ter afirmado que a medicina cubana é uma das melhores do mundo.

Pode-se ver que a crise no imperialismo não só impulsionou à esquerda a política de López Obrador, mas também empurra à direita o imperialismo, que vem realizando atos golpistas contra o presidente mexicano, como uma intensificação da oposição no Congresso e a realização de atos de rua de uma classe média direitista, como no caso dos protestos contra a reforma eleitoral citado acima.

O imperialismo irá procurar impedir de todos os modos que Obrador se reeleja no próximo ano. Com a eleição de Joe Biden, há uma maior intensificação no golpismo dos EUA e uma tentativa de subjugar os países da América Latina. O México tem papel importante nisso pois é um dos maiores países latino-americanos, além de ser um dos mais próximos geograficamente dos EUA. Nesse sentido, fica evidente que a campanha contrária e o impulsionamento das manifestações em todo o país são para preparar a derrubada do governo.

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