Na última terça-feira, dia 20, o presidente Jair Bolsonaro (PL) renovou as concessões de televisão e rádio da Globo nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Minas Gerais e Pernambuco, além da rádio e da TV Bandeirantes, em Minas Gerais, e da rádio e da TV Record, em São Paulo. A renovação da concessão é pelo prazo de 15 anos. Agora, o decreto presidencial segue para análise e deliberação no Congresso.
Bolsonaro, desde a campanha eleitoral em 2018, e até mesmo em sua vida pública anterior, defendeu sempre o fim da Rede Globo, a não renovação da concessão. O presidente se referiu por diversas vezes à emissora com seu tradicional “a mamata vai acabar”, em referência ao prazo da concessão, que se encerrava este ano. Agora, chegado o momento da decisão, fica demonstrada a farsa total de Jair Bolsonaro, um fantoche da burguesia, dos empresários, um cachorro que late mas não morde, um demagogo.
Toda a fanfarra de mudança se demonstrou, ao fim de quatro anos de governo, apenas isso. O armamento da população não avançou significativamente, a Globo permanece inalterada, o nacionalismo se mostrou uma fachada para a destruição do Brasil. A reforma da Previdência, a privatização da Eletrobrás, as privatizações de uma série de refinarias da Petrobrás, tudo parte fundamental do patrimônio nacional, atacado entregue a banqueiros e especuladores do mercado financeiro, os mesmos que controlam a Rede Globo, uma empresa antinacional.
O governo Bolsonaro devolveu à Globo o favor que ela lhe prestou com o Golpe de 2016 e especificamente com a Farsa Eleitoral de 2018, quando a campanha golpista retirou Lula da eleição, pavimentando a “vitória” eleitoral de Jair, que se tornou presidente no tapetão. As contradições de Bolsonaro com o imperialismo, fica demonstrado, apesar de existirem são pequenas, mínimas. Em todos os momentos chave, o governo serviu a seu propósito, com a entrega de bens nacionais, cortes nas áreas sociais, inclusive durante a pandemia.
A situação ainda apresenta outro dado. Jair Bolsonaro permanece como ferramenta do imperialismo, e pode ser utilizado no próximo período, seja para aglutinar a direita, a extrema-direita, ou qualquer outra manobra da burguesia. Frente a isso, as organizações dos trabalhadores precisam sair da paralisia que tomou conta nos últimos anos, e mobilizar suas bases. O governo Lula já sofre ataques antes mesmo da posse e, para o ano que vem, a temperatura da situação política tende a subir ainda mais.