Na última terça-feira (13), a cantora Margareth Menezes anunciou que irá aceitar o convite do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, para assumir a pasta do Ministério da Cultura durante o seu mandato, que começará a partir de 1º de janeiro de 2023. A escolha é uma demonstração de que a postura da esquerda diante da questão da cultura é de colocá-la nas mãos de identitários ligados a ONGs internacionais.
Em meio à pressão que há de setores da esquerda pequeno-burguesa identitária para que Lula indique ministros que se encaixem nos perfis com os quais eles fazem demagogias (negros, mulheres, LGBT etc.), Menezes está entre essas pessoas. Assim como o inventor do “racismo estrutural”, Silvio Almeida, que estaria cotado para assumir o Ministério dos Direitos Humanos.
Margareth Menezes não é apenas cantora e artista. Ela também é a criadora de uma ONG na Bahia, chamada Fábrica Cultural. Pelos materiais de publicidade da organização, é difícil compreender qual exatamente é a sua função. Mas pode-se dizer de forma genérica que ela promove feiras de artesanatos e coisas do gênero em Salvador.
Localizada na Ribeira, bairro de classe média da capital baiana, a Fábrica Cultural recebeu um espaço de sete mil metros quadrados e tem em seu currículo projetos financiados por organizações como o Grupo Carrefour (também ligado a Silvio Almeida). No entanto, o que surpreende é a ausência de trabalho da instituição. Tendo sido fundada em 2004, ela afirma em sua página que realizou “cerca de 10 projetos” (sic) ao longo de sua história. Seria menos de um projeto cultural realizado por ano.
Além dessa ONG semi-funcional, que aparentemente serve para receber dinheiro de empresas privadas e da máquina pública defendendo bandeiras do identitarismo, Margareth Menezes também se mostra uma pessoa de confiança do imperialismo, tendo sido selecionada uma das 100 pessoas negras mais influentes do mundo pela MIPAD – Most Influential People of African Descent, uma instituição chancelada pela ONU.
Além disso, Margareth Menezes foi indicada embaixadora da IOV (Organização Internacional de Folclores e Artes Populares) no Brasil. A instituição, fundada e sediada na Áustria, reúne pessoas de diversos países ligadas à cultura com o propósito de, supostamente, incentivar as artes populares e o folclore de seus países. Ela é um órgão consultivo da UNESCO, organização da ONU para tratar das artes e cultura. Trata-se, evidentemente, de alguém que irá facilitar a ingerência do imperialismo no Ministério da Cultura brasileiro.
É preciso saber que esses setores identitários que estão ocupando ministérios no governo Lula precisam ser tratados com a maior desconfiança, pois todos estão ligados a instituições imperialistas. Esse setor, que procura combater qualquer tentativa da esquerda de desenvolver uma luta revolucionária deve ser combatido para que Lula possa levar adiante um governo que defenda a soberania nacional e a luta contra o imperialismo.