Durante o dia de hoje, acontece, em mais de 200 cidades brasileiras, a sétima manifestação da campanha Fora Bolsonaro, convocada pelo conjunto da esquerda nacional. Desde o dia 29 de maio, dezenas de milhares de pessoas têm saído às ruas contra a fome, a pandemia, o desemprego e todos os ataques do governo federal contra a população.
Os atos, embora tenham vindo de um hiato de quase dois anos em que a esquerda nacional se recusou a chamar grandes manifestações de rua, são a continuidade de um movimento que começa em 2014: a luta contra o golpe. Quem tem saído às ruas, embora hoje diretamente afetadas pelo governo criminoso de extrema-direita, são as mesmas pessoas que se insurgiram contra a comemoração dos 50 anos da ditadura militar, que saíram às ruas contra a tentativa do imperialismo de impor a candidatura de Aécio Neves, que lutaram contra o golpe de 2016 e que travaram uma batalha pela liberdade do ex-presidente Lula.
Bolsonaro, por pior que seja, não tem o mérito de criar nenhum movimento novo no País: seu mérito é aprofundar a destruição que já vinha sendo levada a mil pelo governo de Michel Temer. No mesmo sentido, os atos devem ter de diferente apenas a experiência acumulada do movimento — isto é, o ódio crescente ao conjunto da burguesia.
No entanto, não é isso o que a burguesia quer. Ciente de que o movimento pode se desenvolver e colocar o regime sob risco, seus porta-vozes passaram a fazer a cínica propaganda de que os mesmos que deram o golpe em 2016 deveriam participar das manifestações da esquerda. Uma manobra escancarada para tentar controlar o movimento.
Até agora, a burguesia não conseguiu se infiltrar de fato. Mas isso só aconteceu porque a vanguarda desse movimento, que concentra a sua experiência acumulada, não permitiu. Isto é, os blocos vermelhos, impulsionados pelo Partido da Causa Operária, tem travado uma luta intensa contra as tentativas da direita de corromper os atos.
O trabalho dos blocos vermelhos tem sido crucial para a sobrevivência dos atos. Passam por eles, afinal, todas as lutas centrais para que o movimento continue de pé: a luta contra o verde amarelo, a luta contra a direita golpista, a luta contra a frente ampla, a defesa da candidatura de Lula, a luta contra as privatizações etc.
E não pode parar por aí. A situação está dada: ou o Bloco Vermelho se impõe dentro do movimento como a verdadeira tradição da luta contra a direita, ou a direita se imporá no movimento, destruindo-o por dentro. É preciso, portanto, levar o Bloco Vermelho à vitória.
É preciso que todos os ativistas e militantes do movimento operário, que se recusam a baixar sua cabeça para a burguesia, se unifiquem em torno dos blocos vermelhos, de modo a reverberar um grande grito contra a frente ampla. Os atos são dos trabalhadores, é preciso ampliá-los para o povo, e não para a direita! Ao mesmo tempo, é preciso partir, desde já, para uma ofensiva ainda maior na organização dos blocos. A começar pela plenária de amanhã (3), transmitida nacionalmente pela Causa Operária TV, é hora de levar para todos os bairros e todas as fábricas do País a verdadeira tradição da luta contra o golpe.