Neste sábado, quando centenas de milhares de pessoas saírem às ruas, para mais um jornada de atos por todo o País e no exterior (são esperados cerca de 300 atos), estaremos há exatamente um ano da data prevista para que ocorram as eleições presidenciais de 2022.
Não há como esconder que – de fato – a campanha presidencial já está em curso, em uma situação em que o País enfrenta uma das maiores crise de toda a sua história. Quando estamos, infelizmente, a poucos dias de ultrapassarmos a marca oficial de 600 mil mortos na pandemia (que na realidade já foi superado há tempos) e o País bate recordes de desemprego, fome e miséria.
A direita unidade contra os trabalhadores
Como assinalou Lula, nesta semana, a burguesia – dividida por conta da crise – age como se estivesse realizando um “vestibular” para escolher qual será o seu candidato principal, o da chamada “terceira via”, com o qual gostaria de derrotar Lula e manter e aprofundar o regime político golpista inaugurado em 2016, com a derrubada da presidenta Dilma Rousseff. Tudo como parte da armação para tentar impor a terceira etapa do golpe, a “vitória” d num candidato sem apoio popular, que leve adiante os planos de destruição da economia nacional e ataque ao povo trabalhador que, para eles, deve continuar pagando a conta da crise histórica do capitalismo no Brasil em em todo o Mundo.
Além das articulações e da campanha da direita tradicional, que no último dia 12, mostrou que não tem nenhum apoio popular, em seus minúsculos atos, com muitos pré-candidatos, mas sem o povo; a burguesia conta com a possibilidade de que o seu “novo” candidato seja o mesmo que teve de apoiar em 2018, para conseguir derrotar de forma fraudulenta a esquerda: Jair Bolsonaro.
Por isso, busca um acordo com Bolsonaro e não quer de modo algum derrubá-lo e também por isso, tenta mais uma vez se infiltrar nas manifestações do dia 2/10, não para impulsiona-las, mas para tentar controlá-las e impedir que progridam em um sentido combativo, revolucionário, rumo à derrubada do governo e na direção da conquista das reivindicações populares que a direita ataca, unida a Bolsonaro, com no caso da “reforma” administrativa (PEC 32), das privatizações dos serviços públicos e das empresa estatais e de tudo mais que diga respeito aos trabalhadores.
Tudo pode ficar pior
Em meio a uma situação de agravamento da crise econômica, de disparada da inflação , apenas alguns poucos setores, como os bancos e o agronegócio, comemoram lucros bilionários, enquanto a imensa maioria dada população “come o pão que o diabo amassou” e milhões não tem o que comer e se multiplicam as cenas de horror, de pessoas disputado ossos e restos pelo País a fora. Nem mesmo a cinica imprensa burguesa já não mostra o seu falso otimismo diante da situação e os bancos privados, por exemplo, anunciam que o crescimento do PIB, deve ficar em torno de 0,5%, em 2021. A inflação passou de 10% ao ano e como reconheceu o próprio presidente fascista, nesta semana , em meio a uma nova rodada de aumentos dos combustíveis, “tudo que esta ruim, pode piorar”.
Fora Bolsonaro e Lula presidente
Na mesma medida em que cresce a rejeição a Bolsonaro, cresce o apoio à candidatura da maior liderança popular do País, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (o que as pesquisas encomendadas, realizadas e divulgadas pela burguesia refletem apenas parcialmente e com muitas distorções). Mas essa situação nem de longe garante que a fatura está liquidada, uma vez que sem mobilização popular, a burguesia vai lançar mão de todas as armas para impedir uma derrota do seu regime golpista e dos seus candidatos.
Além disso, o nas condições atuais, o povo não pode esperar pelas eleições e pela posse de um possível governo da esquerda em 2023, quando a situação é cada dia mais insustentável e é preciso parar a ofensiva da direita o quanto antes. Para milhões, trata-se de uma questão de vida ou morte.
A direita lança mão de sua tradicional manobra de tentar conter a mobilização dos trabalhadores e da juventude e além de infiltrar seus representantes nos aos da esquerda, quer impedir que eles expressem a revolta popular, a luta pelos interesses dos trabalhadores e a defesa da candidatura de Lula.
A escória direitista repudiada pelas mobilizações dos últimos meses, que foram ficando cada vez mais vermelhas e enfrentaram, com algum sucesso, a sabotagem dos que não medem esforços para se juntar com a direita inimiga do povo, até mesmo passar pela vergonha de saírem às ruas com elementos fascistas, quer que as vítimas aplaudam e se confraternizem com seus carrascos. Com os “pais” de Bolsonaro, e com aqueles que – junto com os bolsonaristas – estão aprovando tudo contra o povo no Congresso Nacional, nas Assembleias Legislativas etc.
Usando de pesada campanha do Partido da Imprensa Golpista (PIG), se lançaram a acusar como criminosos os que rejeitam a unidade com seus algozes para apoiar seus carrascos. E partiram para a terceira etapa dos ataques, pressionando ainda mais para que a esquerda se junte com a direita como única forma de salvação, é claro, da própria direita em crise e dos interesses que representa.
Colocar a campanha de Lula nas ruas
Reafirmamos a necessidade da unidade da esquerda, das organizações de luta dos trabalhadores, para mobilizar a única força capaz de derrubar Bolsonaro e deter a ofensiva geral da direita: a força da mobilização nas ruas, da classe operária e de suas organizações de luta.
É necessário fortalecer o Bloco Vermelho, com o ativismo classista do PCO, da CUT, do PT e de toda a esquerda. Levantar as reivindicações, um programa próprio dos trabalhadores diante da crise e a candidatura que a direita quer ocultar e, uma vez mais, fraudar: Lula, por um governo dos trabalhadores. A candidatura que pode unificar e mobilizar milhões contra o regime golpista.
Como afirma o Manifesto do Bloco Vermelho que hoje começa a ser divulgado em todo o País:
“Chamamos todos os companheiros, militantes, ativistas e organizações a repudiarem a tentativa de impor a presença dos inimigos do povo na mobilização. Essa política é contra os interesses dos trabalhadores e de todo o povo. Os grupos que defendem a aliança com esses golpistas querem fazer pelas costas de todos, por isso não querem discutir amplamente a questão, para que a maioria possa decidir. Propomos a formação de um Bloco Vermelho que se constitua como uma verdadeira frente de luta contra Bolsonaro, contra o golpe e que coloque em evidência todas as reivindicações dos trabalhadores!
Fora Bolsonaro e todos os golpistas! Nada de direita nos atos.
Lula presidente, por um governo dos trabalhadores”