A Guatemala virou um barril de pólvora. Como consequência da desestabilização institucional e usurpação de funções no corpo legislativo, o descontentamento se generalizou abrindo uma crise onde o Executivo encontra-se contra as paredes e beirar o pedido de renúncia do presidente do próprio companheiro de chapa.
A situação, porém, saiu controle no último sábado, 21, quando a tropa de choque dispersou um protesto pacífico com bombas de gás lacrimogêneo. Na ocasião, os manifestantes haviam saído às ruas para criticar a aprovação do orçamento geral do país para 2021, o maior da história. Ao final do dia, contudo, a polícia havia capturado cerca de 30 pessoas. A indignação foi tamanha que o Congresso da República fora parcialmente incendiado, antes que a pressão social da Diretoria do Congresso recuasse.
Os deputados da oposição, entretanto, não compartilham as ações da atual diretoria e pedem sua renúncia. Ademais, os parlamentares têm feito críticas duramente as ações das forças de repressão do Estado guatemalteco, que reprimiram violentamente os manifestantes. Não obstante as manifestações não tem refluído com a reformulação de um novo orçamento, demonstrando a força das mobilizações populares, abrindo, contudo, condições para mudanças radicais por parte da população.