A área em disputa pertence à União e, em maio, o MPF denunciou a presença de milicianos atuando em favor de fazendeiros.
A Polícia Militar do estado do Amazonas realiza a reintegração de posse da Fazenda Palotina, que fica no município de Lábrea, região sul do Amazonas. A ação vem acontecendo desde a sexta-feira, 22, e aproximadamente 160 famílias estão sendo retiradas da área, sendo levadas à montar um acampamento em uma estrada próximo à fazenda. Por causa do difícil acesso à região, não há previsão para o término da operação.
Não foram fornecidas informações, até o momento, sobre o processo de retirada das famílias, ou seja: se estão sendo respeitadas as condições legais para realizar a reintegração. Pessoas no local relatam que a PM do Acre também participa da ação.
Há dez anos os posseiros lutam pelo direito à terra, que pertence à União, mas o fazendeiro Sidney Zamora reivindica a terra como sendo dele. No município (Lábrea), famílias já foram atacadas por pistoleiros e uma liderança foi assassinada.
Essa área encontra-se dentro do Seringal Novo Natal, ocupando 150.000 hectares. Há muitos registros de ações policiais realizadas ali, mesmo sem ordem judicial. Em 2016, policiais militares e civis do Amazonas invadiram a fazenda derrubando três moradias de famílias e nesse mesmo ano, várias prisões de posseiros foram efetuadas, assim como outras ações policiais à mando dos fazendeiros.
Em 2019, o MPF (Ministério Público Federal) denunciou a ação de policiais militares e fazendeiros, que formam uma milícia na região, liderada pelo policial militar Salomão Alencar Faria. Os procuradores denunciam as seguintes condutas criminosas:
- Organização criminosa que realiza invasões de terras da União, promovendo desmatamento em larga escala na região entre o Acre e o Amazonas chamada Boca do Acre (AM).
- Uso de violência contra pequenos agricultores e coletores, pagamentos de propina, lavratura de autos de infração em nome de laranjas e apresentação de defesas administrativas feitas pelo próprio Superintendente do Ibama no Acre.
O que estamos vendo é mais um exemplo do avanço da extrema direita, que deveria ser combatida. Não há acordo possível com a direita. A política desses elementos é encontrar um meio de impor a sua vontade, da forma que for, pelo uso da violência, cometendo os mais diversos crimes, assassinatos e etc.
A extrema-direita precisa ser confrontada de forma veemente, pois se encontrarem terreno para avançar, o farão.
Toda a população deveria ter o direito de se armar, ainda mais frente às ameaças da extrema-direita. O povo sem terra está ainda mais exposto às investidas brutais desses elementos e necessitam do direito ao armamento para poder proteger a própria vida.