Nesta quarta (20) em Bauru, o professor Juarez Xavier da UNESP (Universidade Estadual Paulista) foi esfaqueado após reagir quando chamado de macaco.
Segundo o tenente da PM (Polícia Militar), José Trevisan, o professor Juarez Xavier caminhava na Avenida Nações Unidas quando um homem passou e o chamou de macaco. Xavier questionou a ofensa, foi derrubado no chão e atacado com um canivete, tendo duas perfurações, uma no ombro, outra no tórax. Pessoas que passavam no local detiveram o agressor, que foi preso, o professor teve ferimentos leves.
Os vários elementos que envolvem o caso, como o fato do agressor chamar o professor de “macaco” coincidentemente no dia 20 de novembro, dia de luta do povo negro, o chamado “dia da consciência negra”, mostra que foi um ataque fascista, de quem considera o negro não apenas como alguém inferior, mas como um animal, que não seria nem gente. Também o fato do coxinha querer intimidar, agredir e em última instância eliminar seu alvo.
Outro dado é que o professor já fora vítima de racismo na universidade em 2015, quando pichações encontradas em um banheiro do campus o chamavam de “macaco” e ofendiam alunas negras. Deixando o indício de que este ataque de quarta poderia ser um desdobramento do caso de 2015, com o agressor fascista sendo um aluno, ex-aluno, alguém ligado a universidade, etc.
É preciso destacar que nenhum artifício do regime burguês, como uma lei ou o aparato de repressão do Estado, como a PM, irão resolver o problema. Prova disso é que o crime de racismo, que é inafiançável, não foi aplicado ao agressor fascista (como nunca é), que ficou apenas ameaçado de ser indiciado por lesão corporal (como se fosse uma briga de rua) e injúria racial (encaminhamento padrão dos delegados), que é um crime menor, com pena prevista de um a três anos de reclusão e multa.
Por isso a única forma de defesa efetiva contra os ataques fascistas é a formação de comitês de auto-defesa, com os negros, os estudantes, os professores e a comunidade escolar e universitária, organizando-se em grupos de auto-defesa, para impedir os ataques fascistas, defender-se com as próprias forças, organizar-se para reagir à extrema direita a altura.