Os patrões do setor industrial de frigoríficos e abatedouros, os maiores responsáveis pelos números astronômicos de acidentes e doenças dos trabalhadores, atingindo uma marca de mais de um terço, em relação aos demais setores no país são beneficiados nas fiscalizações.
Conforme o sitio O Eco, de 16 de outubro de 2019, 27 empresas compraram, juntas mais de 434 mil cabeças de gado com indícios de irregularidades. Desse total, 117 mil animais eram de fazendas onde houve desmatamento ilegal.
Na matéria de nove de março desse ano foi relatado que, no período de quase 10 anos de assinatura do acordo firmado dos Termos de Ajuste de Conduta (TACs), como tentativa impedir os frigoríficos do Pará de comprar carne do desmatamento da Amazônia, foram divulgadas as primeiras auditorias com números sobre o acordo. Os dados divulgados em nove de março, em Belém foram descumpridos.
De acordo com o procurador da República Daniel Azeredo, que desde 2009 está à frente dos TACs da Carne no Pará, o Ministério Público Federal (MPF), naquele período, foi decidido pela não aplicação das sanções previstas no acordo. Conforme informações de O Eco, nos casos mais críticos, seriam enviados ofícios ao Ibama solicitando que os frigoríficos sejam fiscalizados.
No relatório diz: As companhias foram incumbidas de responder a 12 perguntas. As mais importantes eram relacionadas à quantidade de gado adquirido no ano de 2016, com e sem evidências de irregularidades. Dentre os desvios monitorados, estão a aquisição de bois de fazendas com desmatamento, embargadas pelo Ibama, sobrepostas a terras indígenas ou constantes da lista do trabalho escravo do Ministério do Trabalho e Emprego.
Dos 17 frigoríficos estão o Altamira, o Minerva e o JBS.
Em fiscalizações envolvendo a Organização Não Governamental (ONG) Repórter Brasil, The Guardian e do Bureau of Investigative Journalism, no sitio do repórter Brasil em 02 de julho de 2019 foi desvendado de que forma era feita a trama para disfarçar a manobra, que significava a triangulação entre fazendas, ou seja, os latifundiários criavam gados em áreas embargadas revelando uma prática que consiste na triangulação entre fazendas para disfarçar a origem dos animais. Os bovinos crescem em uma área embargada, depois são encaminhados a uma fazenda “ficha-limpa”, ou seja, sem problemas ambientais, de onde são vendidos para os frigoríficos.
O grupo JBS/Friboi foi multado em R$ 24,7 milhões em 2017, mas continuou com a mesma política de utilização de gado de áreas de desmatamento ilegal, como foi comprovado pela denúncia do Repórter Brasil.
Governo golpista mostra que patrões de frigoríficos devem agir livremente
Esse setor tem recebido várias benesses, uma delas é a não fiscalização dos escândalos cometidos através dos fiscais do próprio governo, a outra é da retirada das Normas Regulamentadoras (NRs) que visão à segurança e proteção dos funcionários, ou seja, os patrões que já agiam como bem queriam, agora poderão transgredir sem serem incomodados por ninguém, quem sabe voltam a usar a chibata, o tronco, etc. nos trabalhadores, como usavam nos escravos no período colonial.