Os últimos acontecimentos, em torno do vazamento das mensagens do ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sérgio Moro, comprovaram a completa fraude que foram os processos da criminosa operação Lava Jato, realizada para criar as condições para o golpe de Estado, que derrubou a presidenta Dilma Rousseff, em 2016, e garantir seu aprofundamento.
Um dos eixos de toda essa operação golpista foi, e continua sendo, a perseguição implacável e a cassação dos direitos
políticos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para o que, tramaram de forma ilegal e ao arrepio de todo o funcionamento do devido processo legal, a condenação sem provas e a prisão arbitrária do ex-presidente, bem como a cassação de sua candidatura presidencial, cassando também o voto de dezenas de milhões de brasileiros que expressavam nas pesquisas de opinião (encomendadas, realizadas e divulgadas por empresas e instituições golpistas) a vontade majoritária de voltar e eleger Lula, presidente do Brasil mais uma vez.
Ao contrário do que anunciavam dos defensores da Lava jato, inclusive certos setores da esquerda burguesa e pequeno burguesa, e que nós já denunciávamos, fica ainda mais evidente nuca existiu “luta contra a corrupção” ou qualquer esforço dos falsos moralistas e elemento ligados aos tradicionais aparatos corruptos da burguesia para moralizarem absolutamente nesse País. Que toda essa essa operação não foi mais do que uma operação comandada diretamente pelo imperialismo e realizada em direta articulação com os setores mais corruptos do regime político brasileiro, como os políticos do PSBD, as máfias que dominam o STF e todo o judiciário, o monopólio da imprensa capitalista etc. Não sobram dúvidas também de que não houve eleições de verdade no Brasil e que, nas condições em que foram realizadas, sob a égide da lava jato, as “eleições” não foram mais do que um processo totalmente fraudulento e que deram lugar a um governo ilegítimo, apoiado por uma minoria (cerca de 1/3 do eleitorado), boa parte do qual só votou no candidato fascista por não ter outra alternativa (Lula) que lhe parecesse com um candidatura de oposição ao partidos tradicionais da burguesia (PSDB, MDB, DEM etc.).
A “premiação” do juiz Sérgio Moro, como cargo de “superministro” da Justiça, bem como com a promessa de cargo vitalício
de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), evidenciaram a importância dessa operação criminosa para a ascensão do governo ilegítimo de Bolsonaro, bem como o papel fundamental em toda essa operação da prisão de Lula. Essa prisão e violenta perseguição política contra o ex-presidente, continua sendo uma necessidade para a direita golpista, uma vez que Lula polariza a situação política no País, que o golpismo tenta estabilizar e apaziguar. Ainda mais em uma momento em que cresce a revolta popular contra o governo e seus ataques contra o povo, como se viu nas três grandes mobilizações das últimas semanas, que culminaram na “greve geral”, de 14 de junho, que tiveram como política unificadora de milhões e trabalhadores e jovens que saíram às ruas os gritos de “fora Bolsonaro” e “Lula livre”.
Por isso mesmo os explorados e suas organizações devem lutar por sua liberdade, para derrotar a direita golpista e fazer avançar a luta por suas reivindicações, incluindo uma saída democrática para a crise atual, com a convocação de eleições gerais, com Lula candidato.
Por isso mesmo, o Comitê Central do Partido da Causa Operária (PCO) reunido no último dia 20, deliberou convocar e propor a todos os setores que lutam contra o golpe e pela liberdade de Lula – como à Frente Brasil Popular e ao Comitê Nacional Lula Livre – aliados do Comitê Nacional Lula Livre, a realização de um Ato Nacional pela anulação dos processo da Lava Jato e pela Liberdade de Lula e de todos os presos políticos, no próximo dia 16 de agosto, em frente à sede da carceragem da
Polícia Federal, em Curitiba, onde Lula está preso. Um dia depois de completar um ano do grande ato que fizemos junto com os companheiros do PT, CUT, CMP, MST e de toda a esquerda classista pela inscrição da candidatura presidencial no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília.
Chamamos os militantes dos Comitês de Luta contra o golpe, Lula Livre e outros espalhados por todo o País, os partidos de esquerda, a CUT, os Sindicatos e todas as entidades de luta dos trabalhadores, da juventude e de defesa dos direitos democráticos da população a se somarem a essa iniciativa e a construirmos juntos essa grande mobilização.