A vereadora Marielle Franco (Psol) e seu motorista, Anderson Gomes, foram executados em março com nove tiros disparados em seu carro. A ação, tipicamente de uma execução policial, aconteceu logo após a intervenção militar no Rio de Janeiro. Marielle era uma crítica da intervenção e da ação da polícia na periferia carioca. Um crime nitidamente político.
Até agora, apesar de toda a repercussão do caso, inclusive com muita demagogia por parte da imprensa golpista, o governo não avançou nas investigações. Fica claro que existe uma articulação política dos golpistas para obter a melhor solução possível para o caso, ou seja, uma solução que mexa o menos possível com o aparato das Forças Armadas e da polícia.
No último dia 22, o secretário de segurança interventor do Rio de Janeiro, general Richard Nunes, afirmou que já se sabe todos os envolvidos no assassinato. No entanto, os assassinos ainda não teriam sido revelados pois a polícia quer prender todos ao mesmo tempo e afirmou que o “problema todo é criar uma narrativa consistente ligando estes atores com provas cabais.”. Ou seja, segundo o general, a demora é para o bem de todos. Difícil de acreditar, levando em conta que completaram-se oito meses do assassinato. O general afirmou ainda que espera que o crime seja resolvido em 40 dias.
Difícil saber se as declarações são verdadeiras ou se é apenas mais uma justificativa para adiar a resolução do caso. Fato é que, independente do resultado, os verdadeiros responsáveis, a direita golpista que promoveu a intervenção militar e os assassinatos da polícia nos morros do Rio, não serão punidos. Os golpistas estão atrás de bodes expiatórios para tentar esconder o motivos políticos do crime.