O governo de São Paulo iniciou a reabertura das atividades comerciais em larga escala no estado inteiro. Apesar da pandemia bater recordes diários de mortos, o antes “científico” e “civilizado”, João Dória, parece estar pouco ligando para isso e pressiona a reabertura de tudo que for possível.
Desde o início da pandemia, o Partido da Causa Operária (PCO), através da sua imprensa, operária e independente, analisou, de forma correta, que a política de governadores e prefeitos pelo isolamento nada tinha de científico. Tudo não passou de uma manobra da direita golpista para se desvincular, em alguma medida, da extrema-direita bolsonarista, que estes mesmos ajudaram a subir ao poder.
O que se tem, passados 5 meses desde o início do furor demagógico pelo isolamento, é um cenário onde os governadores e prefeitos “cederam”, e estão a autorizar a reabertura. Para isso, até mudou-se a forma de mensurar o impacto da pandemia. Quando os governadores e prefeitos eram incapazes de fazer leitos de UTI, a pandemia era medida pela capacidade de transmissão de um indivíduo para os demais (1 doente infecta X pessoas saudáveis). Agora, quando os leitos se multiplicam (mesmo que estes leitos não passem de simples macas, sem profissionais de saúde, equipamentos e medicações), os governadores e prefeitos mudam o cálculo para a proporção de leitos ocupados.
A mudança na forma de mensuração não passa de demagogia grosseira e tem não apenas o objetivo de atender aos capitalistas, mas dar um ar de “normalidade” no período das eleições municipais. O “plano” sempre foi esse.
No caso do estado de São Paulo, a situação é ainda pior. Em 27 de julho, ou seja, há menos de um mês atrás, o bolsonarista João Dória chegou a relaxar até mesmo os poucos critérios para reabertura. O governador, apoiador do golpe, passou de 60% para algo entre 70% e 75% dos leitos ocupados para que seja possível os municípios alcançarem a “fase verde”.
Os municípios paulistas encontram-se nas fases “amarela” e “laranja”, isto significa que possuem taxa de ocupação acima de 75%. Nota-se, aí, que os próprios critérios estabelecidos para a reabertura são uma verdadeira fraude. A taxa de ocupação de leitos é altíssima e qualquer novo pico de infecções, que deverá ocorrer, se o governo conseguir reabrir as escolas, poderá levar a um colapso do sistema público de saúde.
É inconcebível que durante o aumento de mortes, São Paulo e os demais estados reabram todas as atividades. Fica saliente que os governadores e prefeitos são tão genocidas quanto Bolsonaro e que estão pouco ligando para a população. Portanto, é hora da esquerda abandonar a inércia a qual se submeteu por vontade própria e liderar a mobilização da população para derrubar Bolsonaro e seus apoiadores genocidas.