O ataque promovido pela extrema-direita ao acampamento de Curitiba (PR), onde um grupo de fascistas disparou contra um acampamento pacífico, também coloca em discussão o problema do desarmamento da população.
É um raciocínio elementar: o povo desarmado é alvo de ataques de pessoas armadas. A lei do desarmamento transforma todo o movimento popular em alvo das pessoas, armadas, que a polícia não vai prender caso façam ataques como os de Curitiba.
Várias lideranças de várias organizações tiveram militantes assassinados pela direita ao longo dos tempos e, em especial, após o golpe de Estado. Sempre desarmados, o movimento popular, a esquerda e o povo no geral fica nas mãos da direita que já está, ela mesma, armada.
Outra questão que deve ser criticada é a ideia apresentada da “cultura do ódio”. Que o que aconteceu em Curitiba é resultado do “ódio”, e que seria necessário, assim sendo, de “amor”. Essa política é só para consumo de pessoas que não estão sob a mira das armas da extrema-direita.
A cultura da paz, do amor, é uma venda para os olhos das organizações populares. É preciso responder à altura aos ataques da direita. É preciso acabar com a fantasia de democracia, que não existe, de fato. Lula preso, militantes sendo assassinados, e todo um setor da esquerda perdido na crítica da “cultura do ódio”.
As organizações operárias precisam abrir os olhos para o problema, que não vai parar. Que a violência da extrema direita será uma norma de funcionamento sempre que quiserem calar a esquerda. É preciso ter uma compreensão nítida do que estamos enfrentando, e a necessidade de organizar o trabalhador para se defender.
O ataque que foi feito contra pessoas pacíficas, desarmadas. Até agora a orientação das direções é responder de uma forma pacata e débil. É preciso superar essa ilusão e organizar os trabalhadores para se defender do ataque dos fascistas, que a cada dia ficam mais agressivos.