América Latina

Trump envia emissário a Caracas para negociar com Maduro

Na prática, Trump reconheceu Maduro como o presidente eleito da Venezuela, uma capitulação da política imperialista de apoio irrestrito à oposição venezuelana

Em um movimento que evidencia a importância da Venezuela para os interesses dos Estados Unidos, o governo de Donald Trump enviou Richard Grenell, seu emissário para missões especiais, a Caracas na última sexta-feira (31). O objetivo central da visita foi negociar a deportação de imigrantes venezuelanos acusados de envolvimento com grupos criminosos, bem como a liberação de mercenários norte-americanos detidos pelo governo de Nicolás Maduro por envolvimento em atividades golpistas na república bolivariana.

A visita foi confirmada por Mauricio Claver-Carone, assessor da Casa Branca para a América Latina, que enfatizou que não se tratava de uma negociação, mas sim de uma “mensagem inequívoca” que deveria ser cumprida sob pena de “consequências claras”. No entanto, imagens divulgadas pela imprensa venezuelana mostram Grenell reunido com Maduro, o presidente do Legislativo Jorge Rodríguez e o chanceler Yvan Gil, sinalizando que o governo Trump reconhece a necessidade de interlocução direta com o governo de Caracas.

Entre os principais pontos da discussão de Grenell estavam a deportação de 400 membros da gangue Tren de Aragua, atualmente sob custódia dos EUA, e a liberação de cidadãos norte-americanos presos na Venezuela. “Os criminosos do Tren de Aragua têm de ser deportados e aceitos pela Venezuela, isso não é negociável; segundo, os reféns norte-americanos hoje na Venezuela têm de ser imediatamente soltos e enviados aos EUA“, afirmou Claver-Carone.

A Venezuela não reconhece as detenções como arbitrárias, alegando que alguns dos prisioneiros são mercenários envolvidos em tentativas de desestabilização do país. Ao mesmo tempo, o governo de Maduro tem interesses próprios na manutenção do diálogo, principalmente em relação às sanções econômicas e ao setor petrolífero.

O secretário de Estado dos EUA Marco Rubio, indicou que o governo Trump pode rever a permissão concedida à Chevron para operar na Venezuela. A empresa tem um papel fundamental na economia do país, produzindo entre 200 mil e 220 mil barris de petróleo por dia, contribuindo para a entrada de dólares no mercado venezuelano. Desde 2022, a Casa Branca (sede do governo norte-americano) havia aliviado algumas sanções contra a Casa Rosada (sede do governo bolivariano) no âmbito do Acordo de Barbados, que previa eleições gerais na Venezuela, o que finalmente ocorreu, porém o imperialismo se recusa aceitar o resultado, creditando a vitória aos candidatos golpistas apoiados pelos EUA e a União Europeia.

Embora Trump tenha afirmado recentemente que está considerando interromper a compra de petróleo venezuelano, a necessidade de um acordo com Maduro para viabilizar sua política migratória e garantir a segurança dos mercenários norte-americanos presos no país sul-americano, evidencia um pragmatismo que contrasta com a retórica hostil usual da extrema direita norte-americana. Na prática, Trump reconheceu Maduro como o presidente eleito da Venezuela, uma capitulação em relação a política imperialista de apoio irrestrito à oposição venezuelana.

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