Estados Unidos

Trump confirma taxa de 104% sobre importações chinesas

Medida já era esperada desde o dia anterior

A Casa Branca (sede do governo dos Estados Unidos) anunciou mais um conjunto de tarifas que serão aplicadas às importações chinesas, totalizando uma carga de 104% de impostos sobre as exportações do país asiático para as terras norte-americanas. O anúncio, embora tenha causado um estardalhaço na imprensa, já era previsto, uma vez que o presidente Donald Trump já havia dito, por meio de sua rede social, a Truth Social, que iria aumentar os impostos sobre as importações chinesas.

A carga de 104% é o resultado de uma escalada na guerra comercial entre os dois países. No dia 2 de abril, o presidente norte-americano anunciou um conjunto de tarifas de importação sobre uma série de países. Para a China, o índice chegou a 54%. Então, a China anunciou, no dia 3 de abril, que iria retaliar os Estados Unidos, impondo uma taxa de 34%. O novo anúncio, portanto, é uma retaliação à retaliação chinesa.

Por meio de sua porta-voz, Karoline Leavitt, a Casa Branca também revelou que cerca de 70 países haviam procurado o governo norte-americano para discutir as tarifas alfandegárias, e que os Estados Unidos estariam abertos a negociações. Segundo ela, trata-se de acordos comerciais “sob medida”, a serem concluídos com os países dispostos a negociar.

A porta-voz afirmou que Donald Trump ouvirá todos os países dispostos a “propor sua melhor oferta” para obter uma flexibilização das tarifas impostas pelos Estados Unidos. “Por outro lado, países como a China, que decidiram retaliar e continuam prejudicando os trabalhadores norte-americanos, estão cometendo um erro. O presidente Trump tem uma vontade de ferro e não cederá”, declarou, confirmando que o presidente planeja impor tarifas de 104% sobre importações chinesas a partir desta quarta-feira (9).

Também na quarta-feira (9), o Canadá começará a aplicar tarifas alfandegárias de 25% sobre a importação de certos veículos norte-americanos em resposta a uma medida semelhante tomada pelos Estados Unidos. O primeiro-ministro canadense, Mark Carney, havia anunciado essa medida em 3 de abril, mas sem informar a data de sua entrada em vigor.

Enquanto a Casa Branca confirmava as taxas sobre a China, o próprio presidente Donald Trump afirmou que irá concluir “acordos sob medida” com parceiros comerciais dos Estados Unidos.

“Tudo está indo muito bem para nós, estamos fazendo o que eu chamo de acordos sob medida — não de prontos para vestir, mas de alta-costura. Neste exato momento, o Japão está a caminho para concluir um acordo, a Coreia do Sul também. E outros virão”, disse o presidente norte-americano.

A Bolsa de Nova Iorque encerrou em forte queda nessa terça-feira (8), perdendo o impulso de recuperação após uma sessão marcada por extrema volatilidade, com os especuladores tensos diante de qualquer novo desenvolvimento sobre as tarifas. O índice Dow Jones caiu 0,84%, o Nasdaq perdeu 2,15% e o índice mais amplo S&P 500 recuou 1,57%.

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