Na última semana, Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, assinou uma ordem executiva que impõem suspensão de 90 dias no financiamento da “assistência ao desenvolvimento” do país. Com isso, abriu uma crise em uma das principais organizações golpistas do aparato do chamado “Estado profundo” norte-americano, a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).
A ordem resultou na suspensão de contratos e em demissões em massa na USAID. Relatos indicam que centenas de funcionários foram dispensados devido à paralisação deste financiamento.
Ao longo dos anos, publicamos, neste Diário, dezenas de denúncias contra a USAID, denunciando sua atuação enquanto organização golpista norte-americana. Para citar alguns casos, temos golpe na Nicarágua, fortalecimento da censura na Internet, desenvolvimento de armas biológicas, ataque a médicos cubanos, financiamento do golpe no Peru, financiamento dos fascistas na Venezuela e golpe na Bielorrússia.
Nesse sentido, a notícia de que a agência pode chegar ao fim deveria ser motivo de comemoração por todos os oprimidos e, especialmente, para a esquerda. Não é isso, no entanto, o que ocorreu no Brasil. Aqui, a esquerda pequeno-burguesa lamentou, criticando Trump por sua decisão.
É o caso de Ivan Valente, um dos principais dirigentes do PSOL que, em sua conta oficial no X, afirmou o seguinte:
“DESCASO! Musk e Trump querem destruir a vida no planeta! Pretendem fechar a USaid, agência do governo dos EUA responsável por 40% de toda a ajuda humanitária no mundo! Só em 2023, ela destinou 72 bilhões de dólares em ajuda para todo o planeta! Não há dúvidas que a política desses dois crápulas é de destruição e morte!”
Apesar de ser uma política absurda, não é surpresa que esquerdistas como Valente sofram com o fim da USAID. Afinal, ele é um dos representantes da esquerda que segue os ditames do imperialismo, que adotou a política oficial do regime imperialista nos mais diversos assuntos, principalmente em relação ao identitarismo. Esquerda que, inclusive, recebe financiamento de organizações como a USAID para defender essa política espúria.
Nesse sentido, o lamento de Ivan Valente e de seus colegas esquerdistas em relação ao fim da USAID expressa o medo que esse setor tem de perder o apoio do imperialismo. O medo destes esquerdistas de que seus salários atrasem em meio a esta crise.