Nesta quarta-feira (26), o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, informou que uma nova reunião entre a diplomacia russa e a norte-americana ocorrerá em Istambul (Turquia), na quinta-feira (27).
Segundo o chanceler, o objeto da nova rodada de conversas é a normalização das embaixadas de ambos os países, que viram suas operações restringidas a partir de 2022, ano em que foi lançada a Operação Militar Especial, em resposta à agressão imperialista que estava sendo feita através da Ucrânia.
Comentando sobre o governo Biden, Lavrov afirmou que espera que as conversas tratem de “questões sistêmicas” decorrentes das “ações ilegais da administração anterior dos EUA para criar obstáculos artificiais” para as operações da embaixada russa.
A reunião em Istambul é parte das negociações entre Rússia e EUA pelo fim da guerra de agressão contra a Rússia. Embora ainda não tenham sido fixadas condições, o governo Donald Trump já expressou que objetiva ter acesso às terras raras que existem na Ucrânia, conjunto de minérios necessários para produção de tecnologia de ponta, civil e militar. Tendo em vista que a maior parte das terras raras outrora da Ucrânia se encontram em territórios do leste que agora fazem parte da Federação Russa, Vladimir Putin expressou no início desta semana que a Rússia e os EUA estão em negociações sobre “grandes” projetos econômicos conjuntos, acrescentando que Moscou está aberta a cooperar com empresas privadas e agências governamentais americanas para desenvolver sua indústria de terras raras, conforme noticiado pela emissora Russia Today (RT).
A respeito disto, Marco Rubio, secretário de Estado dos EUA, afirmou que o país está aberto à cooperação econômica com a Rússia, destacando, contudo, que antes de haver discussões nesse sentido, primeiro é necessário garantir o bom funcionamento das missões diplomáticas de ambos os países, afirmando também “não podemos nem mesmo falar sobre essas coisas ou consertar essas coisas até que levemos essa guerra pelo menos a algum tipo de cessar-fogo duradouro – esperançosamente permanente”. Contudo, Rubio destacou que “uma reinicialização” nas relações entre os países “implicará falar não apenas sobre os ativos russos que foram apreendidos pela América, pelos europeus… mas também sobre as empresas americanas que foram prejudicadas”.
Enquanto as negociações entre Rússia e EUA avançam, os países imperialistas da União Europeia (UE) seguem em direção oposta. Conforme declarou Sergei Lavrov, “a Europa imediatamente tenta minar essa tendência” à resolução da guerra, e “anuncia novos grandes pacotes de ajuda militar a Kiev, incita-a a continuar as ações militares”, acrescentando que a estratégica política da UE em relação ao conflito está “irremediavelmente desatualizada e falha”. Enquanto que os países imperialistas europeus estariam preparando novo pacote de ajuda militar à Ucrânia, entre 6 e 11 bilhões de dólares, os EUA não estariam mais prestando ajuda militar ao regime de Kiev, segundo afirmação de Donald Trump.