São Paulo

Professor denuncia exoneração arbitrária apoiada por identitários

'Supervisora que se diz defensora dos direitos do povo negro participou ativamente desta barbaridade contra mim, um professor negro! Que farsa', denuncia professor ao Diário

Na última sexta-feira (16), o professor Max Willian de Souza Garcia denunciou sua exoneração arbitrária da prefeitura de Estância Balneária de Peruíbe, litoral Sul de São Paulo, alegando que a medida foi motivada por uma diferença de dez minutos em seu horário de trabalho. Garcia, que atuava como professor, foi demitido apesar de apresentar defesa e provar a falta de isonomia, já que outros professores em situação semelhante não foram penalizados.

Ele acusou a ação de ser um ataque político orquestrado por interesses, destacando o assédio moral sofrido por meio de visitas constantes de supervisores e exigências burocráticas. Garcia também criticou uma supervisora que se identifica como defensora dos direitos do povo negro, mas participou ativamente da exoneração, chamando-a de “capacho a serviço dessa podridão”.

Segundo o Sindicato dos Professores do Litoral Paulista (Sinpro-Litoral), casos de assédio moral contra educadores aumentaram 30% nos últimos dois anos em municípios como Peruíbe, refletindo a pressão sobre trabalhadores que se opõem a políticas municipais. Abaixo, a denúncia feita pelo professor com o fac-símile da carta de exoneração:

“Companheiros trabalhadores da educação! Camaradas de luta!

RECEBI COM A MAIS ABSOLUTA INDIGNAÇÃO E REVOLTA a notícia da MINHA EXONERAÇÃO ARBITRÁRIA e CRIMINOSA de um dos meus cargos nesta cidade controlada pela burguesia local! Mais um ataque brutal contra NÓS, trabalhadores, orquestrado pelos lacaios que parasitam a prefeitura e a supervisão de ensino!

Qual o MEU crime? Ter MEU horário de HTPC (11:30 – 12:30) na escola da manhã, enquanto a escola da tarde começa às 12:20. Sim! Uma diferença de MÍSEROS DEZ MINUTOS é o pretexto esfarrapado usado por essa corja para tirar O MEU pão da mesa, o pão de um trabalhador!

ENQUANTO AS ESCOLAS CAEM AOS PEDAÇOS, ENQUANTO OS NOSSOS SALÁRIOS SÃO UMA MISÉRIA, ENQUANTO A FALTA DE ESTRUTURA E VIOLÊNCIA DIFICULTAM O NOSSO TRABALHO DIÁRIO E ATINGEM NOSSOS ESTUDANTES, a burocracia estatal, serviçal dos interesses burgueses, se ocupa em ME perseguir e ME punir por MINUDÊNCIAS!

Não ME engano! Este ataque tem nome e sobrenome! É a cara do velho CORONELISMO reacionário desta cidade, que não suporta quem levanta a cabeça e OUSA criticar a administração apodrecida! EU, que ME posiciono politicamente contra esse regime de exploração, ME tornei um alvo! As visitas constantes de supervisores, a exigência kafkiana de documentos para ‘provar’ o óbvio – a legalidade do MEU acúmulo – não foram nada além de uma sensação de ASSÉDIO MORAL orquestrado pelo aparato estatal para ME esgotar, para ME destruir psicologicamente e financeiramente!

O sistema político/burocrático burguês mostrou sua face mais cruel! EU gastei com advogado, apresentei A MINHA defesa, provei a FALTA DE ISONOMIA, que outros professores na mesma situação não foram perseguidos, e A MINHA defesa foi simplesmente JOGADA NO LIXO! A justiça burguesa não serve para proteger o trabalhador, serve para LEGALIZAR A OPRESSÃO DA CLASSE DOMINANTE!

E AINDA PIOR! Uma supervisora que se diz defensora dos direitos do povo negro participou ativamente desta barbaridade contra MIM, um professor NEGRO! Que FARSA! Que TRAIÇÃO contra sua própria classe e contra seu próprio povo! Essa figura não passa de um CAPACHO a serviço dessa podridão, usada para dar um verniz ‘progressista’ a atos de pura opressão de classe! Defender os negros não é ocupar cargos na burocracia estatal para perseguir e ME demitir, um trabalhador negro! Defender os negros é lutar CONTRA O SISTEMA CAPITALISTA QUE EXPLORA E OPRIME NEGROS E BRANCOS, JUNTOS, COMO CLASSE TRABALHADORA!

Camaradas! Este MEU caso não é isolado! É UM CLARO SINAL! Um precedente perigosíssimo! SE ELES CONSEGUEM TIRAR O MEU GANHA PÃO POR UM PRETEXTO INEXISTENTE, PODEM FAZER ISSO COM QUALQUER UM DE NÓS! É a lógica do capital em operação: esgotar o indivíduo, isolá-lo, arruiná-lo financeiramente, fazê-lo temer, para que ninguém mais ouse questionar, para que a classe trabalhadora se mantenha submissa e calada! É a tentativa de ESMAGAR qualquer foco de resistência na educação!

BASTA! NÃO ACEITAREMOS ESSE ATAQUE CALADOS! ESSA MINHA exoneração é um ato político, uma declaração de guerra da burguesia local contra NÓS, trabalhadores da educação e contra qualquer forma de oposição!

É hora de organizar a NOSSA RESISTÊNCIA! De unir A NOSSA classe trabalhadora CONTRA ESSES EXPLORADORES E SEUS LACAIOS NA PREFEITURA E NA SUPERVISÃO!

FORA COM ESSA POLÍTICA CORONELISTA E REACIONÁRIA!

PELA MINHA REINTEGRAÇÃO IMEDIATA!

QUE TODO TRABALHADOR ASSEDIADO TENHA O NOSSO APOIO INCONDICIONAL!

SÓ A LUTA DA CLASSE TRABALHADORA CONSTRÓI! ABAIXO O ESTADO BURGUÊS E SEUS APARELHOS DE REPRESSÃO!

TODOS À LUTA! PELA REVOLUÇÃO SOCIALISTA QUE VAI VARRER ESSES PARASITAS DO PODER!”

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