Imprensa burguesa

Novos documentos expõem apoio da Folha à ditadura militar

Uma das revelações mais importantes é o empréstimo de veículos do grupo Folha para órgãos de repressão como o DOI-CODI e a Operação Bandeirante (OBAN)

Uma recente onda de pesquisas, documentários e inquéritos judiciais expôs que o Grupo Folha, responsável pelo jornal Folha de S.Paulo, não apenas apoiou a ditadura militar (1964-1985) editorialmente, mas colaborou de forma ativa e material com o aparato repressivo do regime semifascista.

Uma das revelações mais importantes é o empréstimo de veículos do grupo Folha para órgãos de repressão como o DOI-CODI e a Operação Bandeirante (OBAN). Caminhões e carros de entrega de jornais eram utilizados por agentes para perseguições, sequestros e operações clandestinas contra militantes de esquerda. Presos políticos relataram ter visto esses veículos em centros de detenção e tortura.

O ex-agente do Exército Marival Chaves do Canto, que atuou no DOI-CODI, confirmou em depoimento que os carros da Folha serviam de cobertura para ações de repressão que resultaram em prisões, assassinatos e desaparecimentos forçados de opositores do regime.

Pesquisas acadêmicas mostram que o Grupo Folha se beneficiou economicamente do período, expandindo seus negócios e adquirindo empresas de imprensa e infraestrutura gráfica. A rápida ascensão do conglomerado após 1964 está diretamente ligada ao ambiente favorável criado pela repressão e pelo alinhamento com o regime.

A atuação da Folha não se restringiu ao apoio material. Editorialmente, o jornal reproduzia a propaganda oficial da ditadura, publicando dados pessoais de militantes como se fossem fichas criminais e chamando opositores do regime de “terroristas” e “facínoras”. Manchetes como “Eis os inimigos do povo”, acompanhadas de fotos de presos políticos, reforçavam a perseguição aos que resistiam à ditadura. Dentro da própria empresa, o ambiente era de vigilância e repressão. Funcionários presos pela ditadura foram demitidos por “abandono de emprego”, mesmo quando a prisão era de conhecimento público e noticiada pelo próprio jornal. Agentes ligados à repressão atuavam em cargos de chefia e gestão, monitorando jornalistas e afastando aqueles considerados “subversivos”.

O acúmulo de provas levou à abertura de inquéritos pelo Ministério Público Federal e pelo Ministério Público de São Paulo, que buscam responsabilizar o Grupo Folha por sua colaboração com a repressão e por violações de direitos de trabalhadores. O livro A serviço da repressão: Grupo Folha e violações de direitos na ditadura, fruto de um estudo acadêmico relativamente completo, embasa essas investigações e detalha a extensão da colaboração do jornal com o regime militar.

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