Nesta sexta-feira (14), faleceu o cineasta Cacá Diegues, um dos maiores nomes do cinema brasileiro, aos 84 anos, após complicações de uma cirurgia. Ele foi um dos principais expoentes do movimento Cinema Novo e dirigiu clássicos como “Bye Bye, Brasil” (1979) e “Ganga Zumba” (1964), além de ser membro da Academia Brasileira de Letras (ABL). Diegues deixou um legado significativo no cinema.
Nascido em Maceió em 1940, Cacá Diegues começou sua trajetória no cinema nos anos 1950 e foi um dos fundadores do cineclube que ajudou a dar origem ao Cinema Novo. Ele dirigiu mais de 20 filmes ao longo da carreira.
Além de sua contribuição artística, Diegues foi um intelectual ativo nas discussões político-culturais, criticando as “patrulhas ideológicas” da época e mantendo uma postura independente. Nos anos 1990, ele foi um dos idealizadores do grupo Núcleo de Cinema do Nós do Morro, no Vidigal, que continua até hoje.
Sua carreira também incluiu produções como “Quando o Carnaval Chegar” e “Joanna Francesa”, além de sua colaboração com grandes nomes da música brasileira, como Chico Buarque e Nara Leão.
Diegues também se destacou por seu engajamento político e suas escolhas de temas e filmes inovadores, como “Xica da Silva” (1976) e “Quilombo” (1984). Em 1981, ele foi parte do júri do Festival de Cannes e, na década seguinte, enfrentou a crise do cinema nacional, mas continuou a trabalhar com filmes como “Tieta do Agreste” (1993) e “Orfeu” (1999).
Sua última produção foi “O Grande Circo Místico” (2018), embora tenha deixado um filme inédito, “Deus Ainda é Brasileiro”, que deveria ser lançado em 2025.
Casado com Renata Almeida Magalhães desde 1981, Diegues deixa um legado importante no cinema brasileiro, sendo lembrado por seu olhar crítico sobre a sociedade e sua capacidade de traduzir as questões nacionais em obras cinematográficas que marcaram época. Ele deixa filhos e netos, além de um impacto duradouro na cultura do país.