Na última quinta-feira (15), o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro afastou o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, do cargo, marcando sua segunda destituição desde 2023. A decisão, tomada pelo juiz Gabriel de Oliveira Zéfiro, nomeou o vice-presidente da CBF, Fernando Sarney, como interventor, com a missão de convocar novas eleições para a presidência da entidade o mais rápido possível. O motivo do afastamento é a anulação de um acordo firmado em 24 de janeiro de 2025, que assegurava a permanência de Rodrigues no comando da CBF até 2030, devido à suspeita de falsificação da assinatura do ex-presidente da entidade, Antônio Carlos Nunes de Lima, conhecido como Coronel Nunes.
Ednaldo Rodrigues já havia sido afastado em dezembro de 2023, quando a Justiça do Rio de Janeiro considerou irregular o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que embasou sua eleição em 2022. Na ocasião, uma liminar do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, permitiu seu retorno ao cargo em janeiro de 2024.
A decisão atual baseia-se em um laudo pericial que aponta divergências na assinatura de Coronel Nunes no acordo de 2025, aliado a relatos de sua incapacidade cognitiva, diagnosticada desde 2018 devido a um câncer cerebral. O juiz Zéfiro declarou o acordo nulo, considerando-o inválido por possíveis vícios de consentimento, e determinou a destituição de toda a diretoria da CBF.
A ação que culminou no afastamento foi movida pela deputada federal Daniela Carneiro (União Brasil-RJ) e pelo vice-presidente Fernando Sarney, que questionaram a legitimidade do documento. O interventor Sarney, agora responsável pela gestão temporária, deve organizar o processo eleitoral, que envolve as 27 federações estaduais e os clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro.
Rodrigues, que assumiu a CBF interinamente em 2021 após denúncias contra Rogério Caboclo, foi eleito em 2022 e reeleito por aclamação em março de 2025. A CBF informou que não comentará o caso imediatamente, e Rodrigues, que estava no Paraguai durante o Congresso da Conmebol, pode recorrer da decisão.
