Ásia

Índia e Paquistão anunciam cessar-fogo após escalada militar

Na manhã desse sábado (10), os governos de Índia e Paquistão anunciaram um cessar-fogo imediato mediado pelos Estados Unidos

Índia e Paquistão anunciam cessar-fogo após escalada militar

A tensão entre Índia e Paquistão escalou entre os dias 6 e 10 de maio, após uma série de ataques mútuos envolvendo mísseis e bombardeios nas regiões de fronteira, principalmente na Caxemira, e em áreas estratégicas dos dois países.

Segundo o Ministério da Defesa do Paquistão, forças indianas lançaram ataques aéreos e com mísseis em 6 e 7 de maio contra alvos em Muzaffarabad, Kotli e cidades no Punjab paquistanês, como Bahawalpur e Muridke, em resposta a um ataque terrorista em Pahalgam, na Caxemira indiana, em 22 de abril, que matou 26 pessoas. A operação paquistanesa, nomeada “Bunyan Ul Marsoos”, iniciada em retaliação, incluiu disparos de projéteis contra alvos militares indianos, principalmente na Caxemira sob controle indiano.

Em comunicado oficial, o governo indiano confirmou que suas ações foram “focadas e comedidas” para proteger sua soberania territorial e a segurança de seus cidadãos. A imprensa local relatou explosões na região da Caxemira, especialmente próximas a Srinagar, além de movimentações intensas de tropas ao longo da Linha de Controle (LoC).

 

Mortes e destruição em áreas civis

Apesar de as ofensivas terem como alvo estruturas militares, houve danos colaterais em áreas civis. Na Caxemira sob controle indiano, autoridades confirmaram pelo menos 15 civis mortos e 43 feridos devido a bombardeios paquistaneses. No lado paquistanês, o governo relatou 33 civis mortos e 57 feridos, com áreas residenciais e uma mesquita em Muridke atingidas por ataques indianos.

Hospitais das regiões afetadas enfrentam dificuldades para atender os feridos, e moradores de vilarejos próximos às zonas de conflito, como Suchetgarh, na Índia, foram evacuados, resultando em deslocamentos significativos.

 

Anúncio de cessar-fogo

Na manhã deste sábado (10), os governos de Índia e Paquistão anunciaram um cessar-fogo imediato, com início às 17h (horário de Nova Délhi), mediado pelos Estados Unidos. O acordo inclui a suspensão de ataques em áreas de fronteira e o retorno à comunicação direta entre os comandos militares dos dois países, com uma reunião planejada para 12 de maio.

O Secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, destacou o papel dos EUA na negociação, enquanto o presidente Donald Trump anunciou o acordo.

Segundo o analista paquistanês Ahmed Rashid, “a ausência de mecanismos de resolução para a disputa sobre a Caxemira torna qualquer trégua instável e sujeita a rompimentos a qualquer provocação”. Violações do cessar-fogo, incluindo explosões na Caxemira indiana, foram relatadas horas após o acordo.


“O Paquistão e a Índia concordaram com um cessar-fogo com efeito imediato”, publicou o Ministro das Relações Exteriores Ishaq Dar no X. “O Paquistão sempre lutou pela paz e segurança na região, sem comprometer sua soberania e integridade territorial!”


Violação do cessar-fogo logo após anúncio de acordo

Horas após o cessar-fogo, às 17h (horário de Nova Délhi), explosões foram relatadas em Srinagar e Jammu, na Caxemira indiana, com relatos de projéteis e drones. O Secretário de Relações Exteriores indiano, Vikram Misri, acusou o Paquistão de violar o acordo, afirmando que as forças indianas responderam “adequadamente”. O Paquistão negou as violações, com o Ministro da Informação, Attaullah Tarar, e o Ministério das Relações Exteriores afirmando compromisso com o cessar-fogo e acusando a Índia de iniciar os confrontos. Testemunhas e autoridades, como Omar Abdullah, chefe da Caxemira indiana, reportaram trocas de fogo e blackouts em várias cidades, incluindo Udhampur, Anantnag, Barmer e Kutch.



Antecedentes e tensão regional

Índia e Paquistão travam uma disputa histórica pela região da Caxemira desde a partição do território indiano em 1947. Ambos os países possuem arsenais nucleares e já se enfrentaram em três guerras.

A atual escalada foi desencadeada pelo de 22 de abril em Pahalgam, que a Índia atribuiu a grupos apoiados pelo Paquistão, levando a medidas como a suspensão do Tratado das Águas do Indo e o fechamento do espaço aéreo. O Paquistão negou envolvimento no ataque.

 

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