América Latina

Golpe: Supremo da Argentina condena Kirchner a 6 anos de prisão

Decisão tira das próximas eleições a principal liderança popular do país, aprofundando o golpe de Estado que culminou na eleição de Javier Milei

​​A Suprema Corte da Argentina confirmou, nesta terça-feira (10), a condenação da ex-presidente Cristina Fernández de Kirchner a seis anos de prisão e à inabilitação perpétua para cargos públicos. A sentença, unânime, rejeitou todos os recursos da defesa e encerrou o processo da chamada “Causa Vialidad”, iniciado em 2016 sob a tutela do ex-presidente Mauricio Macri.

A confirmação do veredito gerou reação popular imediata. Apoiadores da ex-presidenta se concentraram em frente à sede do Partido Justicialista, em Buenos Aires, convocados por lideranças peronistas em protesto contra a perseguição política. A Confederação Geral do Trabalho (CGT) emitiu nota repudiando a sentença, declarando que “a democracia está em perigo” e prestando “solidariedade e apoio incondicional” à ex-mandatária.

Cristina, que é atualmente presidenta do Partido Justicialista e havia anunciado sua pré-candidatura a deputada nas eleições de setembro, está agora impedida de disputar qualquer cargo eletivo.

Durante ato realizado na noite anterior, a ex-presidenta denunciou que o objetivo do processo sempre foi excluí-la da vida política. “Bastou anunciarmos uma candidatura para que os demônios fossem soltos”, declarou. Segundo ela, o atual governo de Javier Milei e a “elite econômica” argentina utilizam o Judiciário para seus próprios interesses. “Este modelo é inviável. Acham que vão resolver tudo me prendendo. Estarei presa, mas o povo vai continuar piorando”, disse.

As denúncias de parcialidade no julgamento são numerosas. Tornaram-se públicas fotografias do juiz Rodrigo Giménez de Uriburu — responsável pelo julgamento — e do promotor Diego Luciani, jogando futebol na propriedade de veraneio de Macri. Além disso, vieram à tona mensagens trocadas entre juízes, empresários e figuras da imprensa burguesa articulando a manipulação do processo e recebendo regalias, como uma viagem de luxo à Patagônia bancada pelo Grupo Clarín, principal conglomerado de comunicação do país e adversário declarado do kirchnerismo.

Outro protagonista do processo, o juiz Julián Ercolini — que instruiu a ação e reuniu as supostas provas — também aparece envolvido no escândalo. Ou seja, uma operação Lava Jato argentina.

Nada disso impediu o avanço da condenação, mesmo com a total ausência de imparcialidade e com Cristina negando todas as acusações desde o início.

Na manhã desta terça-feira, o advogado da ex-presidenta, Gregorio Dalbón, anunciou que ingressou com denúncia na Corte Internacional de Haia, afirmando que levará “a voz de milhões que já não encontram justiça em seu próprio país”. Ele denunciou uma perseguição sistemática contra Cristina, “política, judicial, midiática e institucional”.

A decisão da Corte faz parte da política de golpes de Estado do imperialismo par a América Latina. Política que visa colocar regimes cada vez mais reacionários no poder — como o de Milei — e impedir que setores ligados ao movimento operário voltem a dirigir o Estado. Assim como ocorreu com Lula no Brasil e com Rafael Correa no Equador, a condenação de Cristina é inteiramente política e busca, por meio da ditadura do Judiciário, desmoralizar e proscrever os dirigentes que possuem alguma ligação com as massas.

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