Economia

FMI anuncia desaceleração do crescimento mundial

Fundo Monetário Internacional, um dos principais órgãos do imperialismo faz previsão negativa sobre crescimento econômico para pressionar governo Trump

O Fundo Monetário Internacional (FMI) acaba de publicar suas previsões para o crescimento global: 2,8% para 2025 e 3% para 2026. Após as medidas tarifárias de Donald Trump, o Fundo rebaixou suas expectativas 2025 e 2026 respectivamente em 0,5 e 0,3 pontos percentuais.

A queda mais acentuada está prevista para os Estados Unidos, de 2,1%, caiu para 1,7%. O motivo alegado é o mesmo o “tarifaço” de Trump.

Esses dados aparecem no relatório Perspectivas Econômicas Mundiais (WEO), e foi divulgado no primeiro dia das reuniões de primavera que ocorrem entre o Banco Mundial e o FMI, na capital norte-americana, Washington.

O relatório do FMI diz que eventos anteriores à posse de Trump, como a guerra da Ucrânia, diminuiriam as perspectivas de crescimento da economia mundial. No entanto, segundo o FMI, a desaceleração da economia seria resultado sobretudo da guerra comercial entre Estados Unidos e China.

O banco central “independente”

Neste momento, ocorre nos Estados Unidos uma queda de braço entre Donald Trump e Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), o que equivale ao banco central norte-americano. O motivo da briga é a política de juros altos mantida pelo Fed, ainda que a economia americana esteja desacelerando e, sobretudo, com o embate que ocorre entre o país e a China.

Trump está exigindo cortes imediatos na taxa de juros, pois isso impede o crescimento. Jerome Powell, uma vez que o Fed está sob controle dos banqueiros, não cede à pressão, alegando que a identidade é “independente”. É o mesmo filme que estamos assistindo no Brasil.

Também no país do norte, o presidente, eleito pelo povo, terá que conviver por dois anos quem estiver no comando do banco central, o presidente da entidade pode ser demitido apenas por justa causa.

Jerome Powell tinha sido indicado para presidir a entidade pelo próprio Donald Trump, e foi reconduzido ao cargo por Joe Biden. O que mostra que o único deus para quem os presidentes de bancos centrais rezam é o grande capital.

No Brasil, depois de uma política devastadora de juros altos levada adiante por Roberto Campos Neto (indicado por Bolsonaro), chegou a vez de Lula indicar Gabriel Galípolo, que a imprensa governista, uma irremediável otimista, disse tratar-se de um homem de confiança e que este faria uma boa gestão. Avaliação que contrariava os próprios fatos, pois Galípolo vinha votando pelo aumento de juros na gestão anterior.

A política econômica de Lula emparedou completamente o governo, que vem aplicando cortes em programas sociais e chegou mesmo a impor um teto para o salário mínimo.

Donald Trump corre o mesmo risco que Lula; se não conseguir enfrentar os banqueiros, não conseguirá governar.

A dívida pública

No Brasil, onde o aumento de 1 ponto percentual na Selic transfere R$ 56 bilhões para os bancos, o que dizer de uma dívida como a americana, que representa 120% do PIB e cujos juros anuais já ultrapassam US$ 1 trilhão?

O endividamento do Estado sempre foi uma fonte segura de enriquecimento do capital financeiro; no entanto, o resultado está aí, a completa deterioração da economia, empobrecimento da população, destruição de setores produtivos e deterioração, ou mesmo eliminação de serviços públicos.

O “tarifaço” de Trump é uma tentativa de recuperar a economia doméstica norte-americana. Não se sabe se será bem sucedida. O fato é que sua gestão tem provocado uma grande bagunça na economia mundial.

Trump está atingindo o neoliberalismo, o capital financeiro. O curioso dessa história é que esquerda pequeno-burguesa passou a defender o liberalismo econômico para se opor ao presidente americano. É uma verdadeira insanidade.

Aquilo que era uma “luta contra o fascismo”, se transformou em uma defesa escancarada da política neoliberal do imperialismo. Essa suposta luta contra regimes fascistas tem feito a esquerda apoiar a censura, criticar governos de países atrasados, como Venezuela, Nicarágua e Cuba.

A crítica do FMI

O que está detrás desses prognósticos do FMI é a necessidade que o imperialismo tem de atacar Donald Trump. Uma vez que quem está perdendo dinheiro, e pode perder muito mais, com essa política é o sistema financeiro.

Todos estranham o protecionismo na economia americana, isso era muito mais comum de se ver em países de economias atrasadas. Os Estados Unidos, por incrível que possa parecer, estão adotando essa política por conta da enorme devastação que o neoliberalismo provocou em sua economia.

O setor das guerras, que lucra muito com o superfaturamento e a corrupção desenfreada nos EUA, em decorrência da oposição de Trump com os gastos militares, está buscando levar a Europa a investir pesadamente em defesa para continuar sua pressão sobre a Rússia.

O FMI alerta que pode ser aprofundar a crise em uma Europa já debilitada. O aumento nos orçamentos de defesa serão uma despesa permanente que deverá ser compensado pelo corte de gastos em outras áreas ou receitas. Em outras palavras: nos gastos públicos.

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