Cinema

Estado de Sítio e o golpismo da USAID no Uruguai em 1970

O filme de Costa Gavras denúncia o agente da USAID Dan Mitrione por meio da operação dos Tupamaros que o assassinou em 1970

A USAID, uma das maiores fachadas da CIA no mundo, recentemente se tornou o centro das atenções por entrar na mira de Trump e Elon Musk. Na América Latina a luta da esquerda contra essa organização é tão antiga que foi retratada no filme de Costa Gavras “Estado de Sítio”, lançado em 1972.

“Estado de Sítio” é uma dramatização pouco disfarçada do assassinato, em agosto de 1970, do consultor da USAID, Dan Mitrione, em Montevidéu, Uruguai. Mitrione, um norte-americano de 50 anos, imigrante italiano, foi encontrado morto no banco traseiro de um Buick conversível roubado, com quatro tiros.

No filme, o personagem inspirado em Mitrione se chama Philip Michael Santore. Embora o Uruguai nunca seja mencionado explicitamente — a história se passa em um país sul-americano não identificado —, o filme faz referências indiretas a Montevidéu e aos Tupamaros, a organização guerrilheira responsável pelo sequestro e assassinato.

O filme começa com a descoberta do corpo de Santore e, a partir daí, volta no tempo, concentrando grande parte de sua tensão dramática na interação entre o sequestrado Santore e seus jovens captores dos Tupamaros, em especial o jovem Hugo.

Hugo acusa Santore — e, por extensão, a USAID e o governo dos EUA — de ser um agente disfarçado da CIA, cuja verdadeira missão, por trás do suposto papel de assistência, seria treinar forças policiais em técnicas de tortura e organizar esforços de repressão contra líderes revolucionários.

É difícil saber o papel da USAID na intervenção imperialista no Uruguai, mas é certo que ela foi usada para preparar o golpe de Estado. Um ano após o lançamento do filme os militares uruguaios derrubaram o governo e impuseram uma ditadura militar fascista, assim como no Chile, no Brasil e na Argentina.

O filme é uma das grandes obras de cinema político, que conseguiram ter uma maior circulação na década de 1970. Outras obras de Costa Gavras também abordam os golpes do imperialismo como “Z” e “Desaparecido”.

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