Nessa quarta-feira (9), a guerra comercial entre Estados Unidos e China subiu mais um degrau.
Por meio de sua própria rede social, a Truth Social, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que irá aumentar imediatamente as tarifas de importação sobre a China. Com o acúmulo das tarifas anteriores, o índice sobre produtos chineses passará a incríveis 125%.
Trump justificou sua decisão alegando uma “falta de respeito” da China. “Em algum momento, espero que, em um futuro próximo, a China perceba que a era de enganar os Estados Unidos e outros países não é mais sustentável ou aceitável”, escreveu.
Ao mesmo tempo em que anunciou o aumento sobre as tarifas de importação sobre a China, o presidente norte-americano anunciou uma “pausa” de 90 dias nas tarifas para dezenas de países, mas não para a China, bem como uma “redução substancial” dessas tarifas para 10% durante esse período.
A tarifa de 125% sobre os produtos chineses é o resultado de uma sequência de retaliações entre o governo norte-americano e o governo do país asiático.
A guerra comercial teve início em 2 de abril, quando Trump anunciou tarifas de importação para mais de 180 países e territórios. Para a China, o acumulado chegou a 54%. Em resposta, o governo chinês anunciou que iria impor uma tarifa de 34% sobre os produtos norte-americanos.
Na semana seguinte, Trump, novamente por meio de sua rede social, anunciou um aumento de 50% das tarifas, totalizando 104% de impostos sobre os produtos chineses. No dia 9 de abril, a China retaliou a retaliação da retaliação norte-americana, anunciando um incremento de 50% nas tarifas, totalizando 125% de impostos sobre os produtos norte-americanos.
Apesar da escalada na guerra comercial com a China, a “pausa” anunciada por Trump sobre os países que não o retaliaram causou um alívio entre os especuladores.
Minutos após o anúncio, o índice Nasdaq saltou 9%, seguido pelo Dow Jones com alta de 6,33% e o S&P 500 com 7,29%. Ao fim do pregão, os três índices consolidaram ganhos expressivos: a Nasdaq disparou 12,16%, registrando seu melhor desempenho diário desde 2001, enquanto o Dow Jones subiu 7,87% e o S&P 500, 9,52%.
No Brasil, o Ibovespa avançou 3,12%, encerrando a sessão aos 127.795,93 pontos. O dólar, que chegou a ser negociado acima de R$6,00, caiu 2,51%, sendo cotado a R$5,8473.
Na Europa, os mercados encerraram em queda, pois fecharam antes da fala de Trump. Em Londres, o FTSE 100 caiu 2,92%; em Paris, o CAC 40 perdeu 3,34%; e em Frankfurt, o DAX teve baixa de 3%, pressionado também por incertezas políticas locais.
O índice pan-europeu Stoxx 600 recuou 3,51%, operando cerca de 15% abaixo de sua máxima histórica.
Na Ásia, o movimento foi misto. A Bolsa de Tóquio caiu 3,93% após o novo pacote tarifário dos EUA. Em Taiwan, a retração foi ainda mais acentuada: 5,79%. Já em Xangai e Hong Kong, os índices subiram 1,77% e 0,68%, respectivamente.
Com a alta das bolsas de valores, os preços do petróleo fecharam em alta. O barril do WTI, com entrega em maio, subiu 4,65%, a US$62,35. Já o Brent para junho avançou 4,23%, atingindo US$65,48.
O ouro, tradicional porto seguro em momentos de crise, também subiu. O contrato para junho terminou em US$3.086,2 por onça-troy, alta de 2,98%. Na máxima do dia, o metal chegou a US$3.117,1.