Na última quinta-feira (27), a polícia britânica invadiu a Casa de Reuniões de Westminster, um local de culto dos quacres em Londres, e prendeu seis jovens que discutiam questões sobre a Faixa de Gaza e as mudanças climáticas. A ação, que envolveu 20 policiais, alguns armados com pistolas de choque, ocorreu por volta das 19h15 no horário local (16h15 em Brasília). A porta do espaço foi arrombada e os agentes revistaram o local antes de deter as seis mulheres, com base em leis antiprotesto de 2023 que criminalizam diversas formas de manifestação e permitem à polícia interromper ações consideradas disruptivas.
O grupo religioso quacres na Grã-Bretanha condenou a operação. O secretário dos quacres na Grã-Bretanha, Paul Parker, declarou: “esta violação agressiva do nosso local de culto e a remoção forçada de jovens que realizavam uma reunião de protesto mostram claramente o que acontece quando uma sociedade criminaliza o protesto”. Ele acrescentou: “a liberdade de expressão, de reunião e o direito a julgamentos justos são partes essenciais do debate público livre, que sustenta a democracia”. Parker destacou que a invasão marcou a primeira prisão em um local de culto quacre “na memória viva”, segundo comunicado oficial.
Os quacres divulgaram no X: “indignação enquanto 20 policiais invadem a Casa de Reuniões de Westminster dos Quacres e prendem seis pessoas. Esta violação chocante de um local de culto é resultado direto da repressão a protestos e dissidências – a liberdade de expressão, reunião e democracia estão em risco”. A Anistia Internacional, em relatório de 2024, já havia alertado que as leis britânicas antiprotesto violam direitos democráticos fundamentais, como a liberdade de assembleia, impactando especialmente grupos minoritários.