Oriente Médio

Diretor da Associated Press é um agente do sionismo

Josef Federman participou de evento que tinha o objetivo de movimento global de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) contra "Israel"

Documentos vazados revelam que Josef Federman, diretor de notícias da Associated Press (AP) para Israel e Palestina, participou de um painel confidencial em 2018, organizado por uma entidade secreta do governo israelense dedicada a combater o movimento global de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) contra “Israel”. Essa participação, que parece violar as próprias diretrizes da AP sobre conflitos de interesse, levanta sérias questões sobre a neutralidade da agência de notícias em meio ao conflito em Gaza, onde a contagem de mortes civis tem sido sistematicamente minimizada por Federman.

O evento, promovido pela Coalizão Global por Israel (GC4I) sob os auspícios do Ministério de Assuntos Estratégicos e Diplomacia de Israel – essencialmente o braço de propaganda do governo –, ocorreu em Jerusalém em 18 de junho de 2018. O objetivo declarado era aprimorar a “capacidade de Israel de retratar efetivamente sua visão”, um eufemismo para estratégias de manipulação da opinião pública internacional. Federman, que chefia a cobertura da AP na região desde 2014, sentou-se ao lado de jornalistas de outras agências em um painel moderado por Avital Leibovich, ex-porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF), conhecida por justificar o assassinato de jornalistas palestinos, rotulando-os como “terroristas com câmeras e blocos de notas”.

Essa revelação surge em um momento crítico: apenas semanas após o massacre israelense de cinco jornalistas em plena luz do dia no Hospital Nasser, em Khan Younis, Gaza, em 24 de agosto de 2025. Entre as vítimas estava Miriam Dagga, fotógrafa da AP, morta em um ataque duplo que a agência investigou e concluiu ser intencional contra alvos civis. A AP emitiu uma declaração dura contra o governo israelense, mas o histórico de Federman sugere uma cumplicidade velada com a entidade sionista, contrastando com essa indignação recente.

Durante o assalto genocida de “Israel” a Gaza, iniciado em outubro de 2023, Federman moldou concepções que favorecem os objetivos israelenses. Ele repetiu alegações infundadas de “estupros e agressões sexuais” contra israelenses em 7 de outubro, legitimou a invasão e roubo de terras sírias como uma “mudança histórica” e, mais escandalosamente, usou dados duvidosos de um pesquisador afiliado ao lobby israelense para subestimar o número de mortes civis em Gaza.

Em uma análise de dados publicada pela AP em maio de 2024, Federman argumentou que “mulheres e crianças são mortas com menos frequência à medida que o número de vítimas da guerra aumenta”, insinuando que homens adultos em Gaza poderiam ser militantes legítimos. Ele citou Gabriel Epstein, do Washington Institute for Near East Policy (WINEP), um think tank pró-Israel, e Michael Spagat, que inicialmente defendeu os números do Ministério da Saúde de Gaza, mas depois revisou sua posição, afirmando que o total real de mortes “certamente excede o oficial”. Um banco de dados de inteligência israelense vazado em agosto de 2024 revelou que 83% das vítimas eram civis, desmascarando a análise de Federman como propaganda disfarçada de jornalismo.

Além disso, Federman curtiu uma postagem no LinkedIn da cônsul-geral israelense em Toronto, Idit Shamir, que zombava da contagem de mortes em Gaza, sugerindo que o Hamas inventa números antes mesmo dos ataques israelenses ocorrerem. Essa atitude revela um viés pessoal que compromete sua credibilidade.

As diretrizes da AP são claras: jornalistas devem evitar discursos ou honorários de governos, lobbies ou grupos de interesse que possam gerar conflitos. No entanto, Federman participou de um evento explicitamente projetado para ajudar operativos sionistas a entenderem as “deficiências na capacidade de Israel de retratar sua visão” e por que a visão anti-Israel ressoa no Ocidente. A moderadora Leibovich, em 2012, defendeu abertamente o assassinato de jornalistas palestinos em uma carta ao New York Times, afirmando que eles não merecem proteção jornalística.

Questionada sobre o incidente, a vice-presidente de comunicações corporativas da AP, Lauren Easton, defendeu Federman como um “jornalista profissional” e ex-presidente da Associação de Imprensa Estrangeira de Israel, alegando que é comum jornalistas falarem em eventos sem aceitar honorários. Mas isso ignora o contexto: o GC4I não era um fórum neutro, mas uma operação governamental secreta, lançada em 2010 para coordenar esforços contra o BDS, com sessões fechadas e promessas de criminalizar o movimento, como prometido pelo bilionário Ronald Lauder.

Outros participantes, como Paula Slier (ex-RT) e Laurent Lozano (ex-AFP), viram o evento como rotina, mas isso só destaca como o jornalismo em Jerusalém pode ser cooptado por agendas estatais.

Os documentos vazados, extraídos de um hack ao Ministério da Justiça de “Israel” em 2024, expõem não apenas Federman, mas um ecossistema de propaganda onde agências de notícias como a AP se tornam involuntárias – ou voluntárias – aliadas. Federman, que estudou na Universidade Hebraica de Israel e leciona em sinagogas nos EUA patrocinadas por federações judaicas pró-Israel, parece mais um porta-voz do que um repórter imparcial.

Com a morte de Dagga e milhares de civis em Gaza – incluindo jornalistas rotulados como alvos legítimos pela doutrina que Leibovich promoveu –, é hora de questionar: quanto do “jornalismo” da AP é influenciado por laços ocultos com “Israel”?

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